Sem receber horas extras, rodoviários da Marechal seguem parados no DF
Empresa pagou o adiantamento dos vencimentos de funcionários nesta quarta-feira, mas não repassou valores referentes a outros benefícios
atualizado
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A Marechal pagou o adiantamento dos salários de funcionários, nesta quarta-feira (21/10), após rodoviários da empresa paralisarem as atividades em protesto contra o atraso no repasse dos valores. Apesar de terem recebido o dinheiro, motoristas e cobradores ainda não voltaram a trabalhar, uma vez que aguardam o pagamento de outros benefícios.
Ao Metrópoles, José Carlos da Fonseca, diretor do Sindicato dos Rodoviários, informou que os trabalhadores precisam receber “os valores referentes às horas extras de setembro e ao feriado trabalhado no mês passado, além do crédito da cesta básica, este que é para todos”. Segundo ele, em reunião nesta manhã, os empregados decidiram manter a paralisação até que a empresa pague o restante.
No total, 464 ônibus deixaram de circular, atrapalhando o cumprimento do serviço de transporte coletivo nas regiões de Samambaia, Recanto das Emas, Taguatinga, Park Way, Ceilândia, Guará, Águas Claras e Vicente Pires. O protesto envolve cerca de 2 mil trabalhadores da empresa e deixa 70 mil passageiros sem transporte. Com a paralisação, paradas de ônibus ficaram lotadas em algumas cidades nesta manhã.
De acordo com a Marechal, a empresa aguardava repasse do Governo do Distrito Federal, para essa terça-feira (20/10), mas houve atraso por parte do Executivo local. O recurso para o adiantamento dos salários saiu nesta manhã, quando as operações estavam paralisadas.
Em relação aos outros benefícios, a assessoria de imprensa da Marechal adiantou ao Metrópoles que vai pagar, ainda hoje, os valores referentes ao trabalho no feriado de 7 de setembro e às cestas básicas. No entanto, acrescentou que “busca recursos” para o pagamento das horas extras.
De acordo com a Marechal, a crise causada pelo novo coronavírus reduziu em cerca de 60% o número de passageiros. Antes da pandemia, por volta de 150 mil pessoas utilizavam o transporte público coletivo. No entanto, a empresa garante ter continuado operando com 100% da frota desde o início do isolamento social. Em nota, a Marechal informou, ainda, que não reduziu salários ou suspendeu contratos, “mantendo todos os postos de trabalho sem nenhuma demissão”.