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Sem “coronavoucher”, famílias do DF miram auxílio do GDF no valor de R$ 408

Cadastro começa na segunda (18/05) e contemplará aqueles que não conseguiram sacar o benefício federal de R$ 600

atualizado

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1 de 1 homem sentado - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O anúncio feito pelo Governo do Distrito Federal (GDF) de que, a partir da próxima segunda-feira (18/05), dará início ao cadastro para distribuição do auxílio emergencial mensal de R$ 408 para pessoas carentes, reacendeu a esperança de quem não conseguiu sacar o “coronavoucher” do governo federal, no valor de R$ 600. Muitos estão sem fonte de renda desde o final de março e, embora considerem pouco, vislumbram uma chance de sair do sufoco.

Um dos trabalhadores afetados pela pandemia é o coletor de material reciclável Mateus Paulo Silvestre, 22 anos. Sem exercer a profissão desde o final de março, dado o risco de manusear embalagens descartadas infectadas pelo coronavírus, ele tentou garantir o benefício proposto pela União. “Fiz minha inscrição logo depois de paralisarem o que eu fazia, mas depois deu negado”, lamenta.

Segundo ele, no site da Caixa Econômica Federal consta que um membro da sua família já teria recebido o benefício. Mateus afirma ser verdade, afinal de contas, a irmã dele sacou o dinheiro. O detalhe é que o coletor mora no Varjão, enquanto a parente contemplada reside em Salvador (BA). “O que ela está recebendo na Bahia mal dá para ela. Não faz sentido eu não poder receber aqui, no DF”, reclama.

O pequeno alívio foi que a companheira dele, também sem emprego, conseguiu sacar o “coronavoucher”. Assim, a renda do casal foi reduzida a R$ 600 de um mês para o outro. “Dessa forma, sobram R$ 150 para todo o resto das nossas despesas nos 30 dias”, diz.

Graças à solidariedade é que Mateus tem conseguido se manter. Com as cestas básicas que ganha da Central de Reciclagem do Varjão (CRV) ele tem  diz que alimentação, pelo menos, não falta. “A gente gasta todo o dinheiro com carne e verdura, basicamente.”

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O benefício de R$ 408 será pago a pessoas carentes que estejam na lista da Secretaria de Desenvolvimento Social. Os beneficiários podem checar por CPF

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Quem também não conseguiu o auxílio do governo federal foi a vendedora de pães e trufas Joice Nunes de Carvalho, 28. Impossibilitada de sair para a rua para vender produtos que ela mesma fabrica, Joice se viu sem saída durante a pandemia. “Meu cadastro está em análise até hoje. Tentei uma vez colocando os documentos dos meus filhos e não deu certo. Depois, coloquei só os meus e ainda continuo sem resposta”, explica.

Com três filhos pequenos em casa, de 3, 6 e 12 anos, e com o marido também sem ter autorização para voltar a dar aulas de bateria, a moradora de Santa Luzia, na Estrutural, sobrevive por meio de doações. “A Cufa [Central Única das Favelas] tem me ajudado muito. Já recebi cesta básica e, recentemente, trocaram meu gás. Infelizmente é só assim para conseguir as coisas”, diz.

Joice recebe ajuda do projeto Mães das Favelas, também da Cufa. A instituição oferece auxílio de R$ 120 para mães em situação de vulnerabilidade social acentuada. “É o único dinheiro que tem entrado e a gente pensa só nos filhos”, pontua.

Uma vez que a alimentação é a prioridade, contas como internet e cartão de crédito precisam ser deixadas de lado. Com o anúncio do GDF, ela deposita as esperanças em sacar o quanto antes os R$ 408. “Diminuímos nossa despesa ao máximo. Mesmo assim, ainda precisa de um remédio”, explica.

Kellington Gomes, 22, conta com o dinheiro do GDF. Ex-presidiário, ele conseguiu uma chance como catador de lixo no Varjão. Trabalhou durante o mês de março inteiro até que o número de casos de Covid-19 no DF começou a crescer e o trabalho precisou ser interrompido.

Sem fonte de renda, ele iria morar na rua. Graças à coordenadora do centro de reciclagem da cidade, no entanto, ele pode ficar hospedado no Paranoá Parque. “Se não fosse a ajuda dela, estaria sem ter onde ficar.”

O auxílio emergencial do governo acabou não caindo na conta. No site, Kellington é informado de que está tudo certo, mas, quando liga para ter notícias de como anda sua situação, ele é avisado de que seu CPF está cancelado. “Estou na esperança de ganhar esses R$ 408 agora. É pouco, mas é melhor do que nada”, diz.

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Sem coronavoucher, famílias esperam receber auxílio de R$ 408 do GDF

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Quem pode receber

Terão direito ao benefício, pessoas com renda inferior a meio salário mínimo, equivalente a R$ 522,50. As famílias  precisam estar cadastras no sistema da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes). O auxílio será apenas para as pessoas que ainda não estão contempladas em outros programas sociais, como o Bolsa Família e a ajuda financeira de R$ 600 do governo federal, o chamado “coronavoucher”.

Segundo a Sedes, os interessados devem apresentar o CPF para validação no BRB. O cartão será pré-pago e emitido com o nome do responsável familiar.

Para cadastro, as pessoas devem acessar o site www.rendaemergencial.brb.com.br, que  só terá link válido no dia 18 de maio, ou ligar no telefone (61) 3029-8499.

Pelas contas do GDF, o auxílio emergencial local vai apoiar 28 mil famílias e tem previsão de gastos na ordem de R$ 11 milhões por mês.

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