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Sem conexão: DCE cobra apoio do MEC para volta das aulas remotas na UnB

Segundo os estudantes, pasta não está apoiando a universidade com programas de apoio à inclusão digital na retomada do semestre

atualizado

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UnB
1 de 1 UnB - Foto: Michael Melo/Metrópoles

A volta das aulas no modelo remoto na Universidade de Brasília (UnB) não conta com o apoio do Ministério da Educação (MEC), segundo o Diretório Central dos Estudantes (DCE). De acordo com os alunos, falta apoio para a inclusão digital.

Nas palavras dos universitários, a UnB contava com a pasta para viabilizar o acesso à internet gratuita para os alunos carentes na volta das aulas a distância. “Mas o contrato que o MEC firmou recentemente não cobre a região do Distrito Federal”, pontuou o DCE.

“Em um momento excepcional como o que vivemos, o MEC precisa garantir o apoio aos programas de inclusão digital das universidades. Basta de descaso e de ataques, precisamos de seriedade”, ressaltou o diretório.

A UnB lançou editais de inclusão digital justamente para assegurar o acesso para os alunos em condições de vulnerabilidade social.

Outro lado

O Metrópoles tentou contato com o MEC e a UnB sobre a questão. Não recebeu resposta até a publicação desta reportagem. O espaço está aberto para eventuais manifestações.

Veja a nota completa:

“Ninguém pode ficar para trás

17 de agosto marcou o reinício do primeiro semestre letivo de 2020, como previsto na Resolução do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) da Universidade de Brasília (UnB). O modelo de ensino remoto vem sendo utilizado por várias instituições públicas brasileiras para tentar dar sequência ao calendário acadêmico em meio a pandemia.

A retomada do período letivo, no entanto, não é uma tarefa simples. A crise sanitária escancarou as diferenças sociais no país e mostrou a situação de extrema vulnerabilidade que vive grande parte da população brasileira, sem acesso ao mínimo necessário para proteger a si e suas famílias.

As universidades públicas vêm se tornando cada vez mais populares, através dos programas de cotas e assistência estudantil, as populações periféricas vem se inserindo no ambiente acadêmico e mostrando que a educação não pode se restringir a elite. Para garantir a permanência e o acesso desses estudantes durante o período conturbado em que vivemos, são necessários auxílios para que seja possível fornecer ao menos equipamentos, internet e alimentação para os alunos.

Isso tem sido feito sem apoio nenhum do Ministério da Educação (MEC).A proposta do MEC era viabilizar o acesso à internet gratuita, em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações e a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), para garantir a inclusão digital, com a expectativa de alcançar em média um milhão de estudantes de Institutos e Universidades Federais em vulnerabilidade socioeconômica. Mas o contrato que o MEC firmou recentemente não cobre a região do Distrito Federal.

A UnB passou meses elaborando um planejamento com todos os setores da universidade para que o retorno se desse de maneira inclusiva, garantindo um auxílio de 1500 reais para compra de equipamentos, mas sem a ajuda do governo federal teremos um auxílio internet muito aquém do necessário (40 reais mensais) em um cenário de dificuldade de acesso à internet, como se comprovou pela pesquisa social, e que promoverá a exclusão dos estudantes quilombolas, indígenas, pretos e pobres oriundos da escola pública ao ensino superior.

A necessidade de auxílio por parte do governo durante esse momento de pandemia vai muito além de questões ideológicas, é obrigação do Estado garantir uma educação inclusiva e de qualidade. É preciso respeitar o Art. 206 da Constituição Federal e o Plano Nacional de Assistência Estudantil (PNAES).

Estamos vivenciando um momento de completo desmonte da educação brasileira. Quatro ministros já ocuparam a cadeira do MEC no governo Bolsonaro, todos completamente despreparados para assumir a pasta, tivemos ataques frontais às instituições de ensino, um projeto de privatização das universidades federais e agora temos cortes anunciados de R$ 4,2bi para a Educação no ano que vem enquanto se aumentam os recursos para o Ministério da Defesa.

Em um momento excepcional como o que vivemos, o MEC precisa garantir o apoio aos programas de inclusão digital das universidades. Basta de descaso e de ataques, precisamos de seriedade”.

 

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