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Sem coleta seletiva, Aterro Sanitário do DF perde 2 anos de vida útil

Segundo o SLU, a cada dia, o aterro recebe 2,2 mil toneladas de lixo, mas desse total apenas 500 t são recicláveis pela coleta seletiva

atualizado

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Lixo depositado no Aterro Sanitário de Brasília - Metrópoles
1 de 1 Lixo depositado no Aterro Sanitário de Brasília - Metrópoles - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A vida útil do Aterro Sanitário de Brasília é de 13 anos. Inaugurado para substituir o Lixão da Estrutural, em 2017, o local deve seguir em operação até 2030. Se a população do Distrito Federal adotar, de fato, a coleta seletiva como rotina, a espaço terá tempo de uso prolongado por mais dois anos. Na prática, o meio ambiente e os cofres públicos agradecem.

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Segundo o SLU, a falta de adesão à coleta seletiva faz com que o aterro perca 2 anos de vida útil extra
Prolongamento da vida útil do aterro pouparia os cofres públicos e o meio ambiente
Inaugurado em 2017, o aterro de Brasília caminha para a etapa 2 de ocupação. O governo estuda um lote vizinho para ampliar a unidade quando for necessário
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Aterro Sanitário de Brasília tem vida útil inicial de 13 anos, operando até 2030

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Segundo o SLU, a falta de adesão à coleta seletiva faz com que o aterro perca 2 anos de vida útil extra

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Prolongamento da vida útil do aterro pouparia os cofres públicos e o meio ambiente

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Inaugurado em 2017, o aterro de Brasília caminha para a etapa 2 de ocupação. O governo estuda um lote vizinho para ampliar a unidade quando for necessário

Segundo o Serviço de Limpeza Urbana (SLU), o projeto do aterro comporta 8,13 milhões de toneladas de rejeitos, como são chamados os materiais não reutilizáveis. Até março de 2022, foram aterrados 3,3 milhões de toneladas. Percentualmente, o local chegou próximo a 40% da capacidade total.

De acordo com uma pesquisa gravimétrica, coordenada pelo SLU, pelo menos 500 toneladas de resíduos recicláveis acabam chegando ao aterro diariamente. Hoje, o local recebe, por dia, cerca de 2,2 mil toneladas de resíduos. Isso significa que cerca de um quarto de cada aterramento diário seria evitado com a coleta seletiva.

“Infelizmente, os estudos apontam que ainda há muitos resíduos recicláveis que vão parar no aterro sanitário por falta de separação por parte da população. Certamente, se a população fizesse a separação correta, poderíamos ter uma vida útil maior ao aterro sanitário de pelo menos dois anos para mais”, comentou o SLU, em nota.

Situado às margens da DF-080, em Samambaia, o aterro sanitário foi dividido em quatro etapas. O custo para construir a primeira parte e executar obras de infraestrutura foi de cerca de R$ 45 milhões. Atualmente, o SLU executa a segunda etapa, com estimativa de conclusão em outubro de 2022.

Expansão

Segundo o SLU, ainda não há previsão de quanto custará um novo aterro sanitário. Mas existe uma área adjacente destinada para ampliação do aterro de 600 mil m². Com a incorporação, o equipamento passará a ter 1.360.000 metros quadrados. A obra aumentará a vida útil do aterro em aproximadamente 20 anos.

Para o SLU, no DF e no Brasil, a adesão da coleta seletiva é baixa. O indicador local da “Taxa da Coleta Seletiva na Coleta Total” atingiu o índice de 4,37% em 2021. O Serviço de Limpeza Urbana compara a quantidade recolhida na coleta seletiva com o volume total coletado de resíduos, somando a coleta convencional e a seletiva.

O governo só possui dados da coleta seletiva das empresas – ou seja, não tem conhecimento do histórico da coleta seletiva feita pelas cooperativas. Em 2018 e 2019, foram 28 mil toneladas; em 2020, 18 mil; e, em 2021, 31 mil. Em 2022, até março, mais 8,4 mil toneladas de recicláveis.

Segundo o SLU, o governo promove campanhas de conscientização para a população aderir à coleta seletiva, como palestras, mobilização porta a porta, mutirões, campanhas e eventos. Informações de como separar os dejetos estão disponíveis neste link.

Contaminação na origem

De acordo com o promotor de Justiça Roberto Carlos Batista, membro da Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente e Patrimônio Cultural (Prodema), o modelo de coleta seletiva no DF está contaminado no início.

A coleta é feita por cooperativas de catadores e empresas. Fazendo um trabalho de educação ambiental, porta a porta, os catadores reaproveitam 90% do material recolhido. Por outro lado, as empresas não chegam a 40%.

Mesmo tento menor qualidade, as empresas detêm, no entanto, fatia maior dos pontos de coleta. Ou seja, um grande volume de material reciclável acaba indo para o aterro como rejeito.

Ao lado de outros órgãos de controle, o Ministério Público cobra providências do governo, na figura do SLU, incluindo o reforço da participação dos catadores e a cobrança de mais qualidade do trabalho das empresas.

Vidro

“Além do rejeito, há outro problema grave: os vasilhames de vidro”, alertou Roberto Carlos. Em conflito com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, o DF não recicla o vidro. O material recolhido que não é exportado acaba no aterro.

“A longevidade do Aterro Sanitário de Brasília está comprometida em parte pelos vasilhames de vidro e pela coleta seletiva, que não é 100% efetiva”, pontuou.

O promotor destacou que o aterro só foi construído por força de uma ação do MP. O DF acabou condenado a encerrar as atividades do Lixão, recuperar a área e construir o aterro.

“O Lixão ainda está aberto, recebendo resíduos da construção civil”, alertou Roberto Carlos. Além de desrespeitar decisão judicial, a situação coloca em risco o meio ambiente.

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