Sem acordo com a CEB, funcionários da empresa decidem continuar em greve
Assembleia com a deliberação ocorreu na manhã desta terça-feira (8/12), após audiência de conciliação no TRT terminar sem proposta
atualizado
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Após a audiência de conciliação entre a Companhia Energética de Brasília (CEB) e empregados da estatal, ocorrida nessa segunda-feira (7/12) no Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT), terminar sem uma proposta sobre o novo acordo coletivo, os trabalhadores decidiram em assembleia, na manhã desta terça-feira (8/12), por continuar de braços cruzados.
Segundo o Sindicato dos Urbanitários (Stiu-DF), a empresa tem a intenção de retirar 12 cláusulas trabalhistas, incluindo a estabilidade dos contratos e indenizações por morte e invalidez. Além disso, também busca precarizar mais cinco pontos.
“Nenhuma proposta que tentamos construir no TRT a empresa topou. Uma delas é a da cláusula 47, que garante maior segurança para o trabalhador, para a garantia da não demissão. Com isso, nós encaminhamos pela reprovação da proposta porque não estava atendendo minimamente o que nós queríamos. Infelizmente, vamos continuar de greve por tempo indeterminado”, informou o diretor do STIU-DF, José Edmilson.
Segundo Edmilson, eles comunicaram a CEB e o TRT da decisão e continuam dispostos a negociar com a empresa em busca de uma solução.
“Fora isso, temos o dissídio de greve instaurado”, disse.
Greve e privatização
Protestando contra a recente privatização da CEB Distribuição e a revisão das cláusulas trabalhistas, os funcionários iniciaram a greve em 1º de dezembro. A greve dos trabalhadores havia sido suspensa a pedido do presidente do TRT-10, desembargador Brasilino Santos Ramos, e do Ministério Público do Trabalho na sexta-feira (4/12), para que houvesse mais tempo às negociações. Os trabalhadores concordaram, mas somente até a audiência agendada para a tarde dessa segunda.
Ainda na sexta, antes de os empregados da CEB decidirem pela pausa no movimento paradista, o Governo do Distrito Federal (GDF) privatizou a CEB Distribuição. A Bahia Geração de Energia, do Grupo Neoenergia, arrematou a subsidiária ao preço de R$ 2,515 bilhões.
A desembargadora do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) Fátima Rafael concedeu liminar para suspender a privatização. Mas mesmo assim, o leilão foi realizado.
Por outro lado, antes da liminar, o Tribunal de Contas do DF (TCDF) e o Supremo Tribunal Federal (STF) não observam qualquer empecilho para a venda. Um grupo de parlamentares do DF ainda tenta, na Justiça, anular o negócio.