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Seis em cada 10 servidores do GDF em teletrabalho se queixam de sobrecarga

Apesar do desafio das atividades remotas, 92% dos trabalhadores aprovaram o home office na pandemia e disseram se sentir mais protegidos

atualizado

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Palácio do Buriti
1 de 1 Palácio do Buriti - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

A sobrecarga do teletrabalho e das responsabilidades domésticas afeta seis a cada 10 servidores públicos no Governo do Distrito Federal (GDF). O problema é mais agudo entre os trabalhadores com filhos pequenos e famílias numerosas.

Segundo a pesquisa Trabalho Remoto no GDF — Enfrentamento à Pandemia da Covid-19, produzida pela Universidade de Brasília (UnB), 64,3% dos servidores precisam conciliar home office e obrigações do lar, sempre, frequentemente ou às vezes.

Desafio semelhante é compartilhado pelos gestores das equipes. De acordo com o estudo, 62,9% dos lideres encaram a dupla jornada simultânea. O estudo colheu depoimentos de 7.421 servidores e chefes.

O GDF adotou o trabalho emergencialmente para conter o avanço da pandemia do novo coronavírus. Em função dos resultados positivos, o Palácio do Buriti decidiu implementar definitivamente o home office, mesmo depois da crise sanitária.

Veja os principais resultados da pesquisa:

Pesquisa
Estudou colheu 7.421 depoimentos de servidores do Governo do Distrito Federal (GDF)

 

Acúmulo

Na leitura da professora de psicologia organizacional e do trabalho Gardênia da Silva Abbad, coordenadora do estudo, a sobrecarga não parte do teletrabalho em si, mas está no acúmulo de funções profissionais a distância e responsabilidades domésticas.

Ela lembra que o risco de sobrecarga é maior entre os servidores com filhos pequenos e famílias numerosas. Mas, em função da rede de apoio familiar na divisão dos serviços domésticos, o problema também atinge os servidores solteiros, que não têm com quem compartilhar as atividades.

Segundo a professora da UnB, nos casos de sobrecarga, os profissionais trabalham durante madrugadas e finais de semana para cumprir metas, ficando expostos ao estresse e demais doenças ocupacionais.

Para evitar o problema, na avaliação da especialista, são necessárias ações como a regulamentação do teletrabalho, adoção de ferramentas de monitoramento e distribuição das tarefas entre a equipe, considerando o perfil de cada servidor e sua realidade doméstica.

Entregas

Na avaliação da professora Gardênia, o monitoramento do teletrabalho não deve ser pautado por escalas, mas sim pelas entregas dos profissionais. O desafio do governo é equilibrar a distribuição justa das tarefas entre os servidores.

Neste sentido, o Serviço Eletrônico de Informações (SEI) do GDF é uma ferramenta capaz de medir o resultado obtidos pelos servidores nos processos de trabalho. “O que o SEI ainda não faz, mas é possível realizar, é o controle da distribuição das tarefas”, afirmou.

De acordo com a especialista, gestores devem redistribuir o trabalho entre os membros das equipes, de forma cooperativa e levando em consideração a realidade de cada servidor. Afinal, grande parte das equipes do GDF é composta por até 10 pessoas, facilitando a negociação e a implantação do teletrabalho.

Adequar o uso de ferramentas também ajuda a reduzir a pressão sobre os funcionários. “Algumas [equipes] decidiram abolir o WhatsApp nos finais de semana, já que o aplicativo é usado no home office por 97% dos servidores”, exemplificou.

Protegendo famílias

Apesar do desafio do “novo normal” remoto do serviço público, segundo o estudo, para 92% dos servidores a experiência com o teletrabalho durante a pandemia foi positiva. Eles consideram que o home office ajudou a conter a disseminação da Covid-19.

“Os servidores se sentiram protegidos e protegendo outras pessoas, com a adoção do teletrabalho”, revelou a pesquisadora.

Conforme o estudo, 88% dos gestores se sentem capazes de estabelecer metas viáveis no trabalho remoto. Ao mesmo tempo, para 85% dos entrevistados, as metas de funções remotas atribuídas, pelo meu líder, são compatíveis com o volume de tarefas.

Nesta linha, 87% dos chefes consideram ser aptos de aferir, periodicamente, as entregas remotas das equipes. De acordo com 90% dos servidores, os líderes acompanham as metas dos projetos.

Estudos em marcha

Segundo a Secretaria de Economia, responsável pelo projeto de implantação definitiva do teletrabalho no GDF, estão sendo calculadas as metas para home office e a jornada presencial. A ideia é não sobrecarregar os servidores em qualquer modalidade.

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O GDF planeja adotar escalas flexíveis de teletrabalho, adequadas à realidade de cada órgão
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O secretário de Economia, André Clemente, coordena a implantação definitiva do teletrabalho no GDF

Myke Sena/Especial para o Metropoles
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O GDF planeja adotar escalas flexíveis de teletrabalho, adequadas à realidade de cada órgão

Igo Estrela/Metrópoles

De acordo com a pasta, o objetivo é estabelecer a divisão justa e equilibrada. Está em fase de testes a utilização de uma ferramenta para acompanhar e monitorar o teletrabalho.

A ferramenta tem o objetivo de mensurar as entregas pela complexidade das tarefas, tempo gasto na execução e produtividade dos servidores. O governo estuda a implantação de escalas flexíveis de teletrabalho, seguindo as realidades de cada órgão.

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