Vítimas do DF relatam prejuízos de até R$ 200 mil com Kriptacoin
Segundo os relatos, acusados de integrar o grupo criminoso chegavam até a ameaçar quem os cobrasse
atualizado
Compartilhar notícia
A Operação Patrick, deflagrada na manhã desta quinta-feira (21/9) pela Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor e Fraudes (Corf) em conjunto com a Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos do Consumidor (Prodecon), caiu como uma bomba na capital do país. Mais de 40 mil investidores podem ter sido lesados e correm o risco de não receberem de volta o dinheiro aplicado na moeda digital Kriptacoin.
A operação foi noticiada em primeira mão pelo Metrópoles. A reportagem conversou com algumas vítimas, que, desde o começo do ano, relataram problemas ao tentar sacar o dinheiro ou até mesmo acessar a carteira digital. Uma delas chegou a investir R$ 200 mil e não teve retorno. Ao cobrar, foi ameaçada pelos dirigentes da empresa.
Um homem, que pediu para não ser identificado, diz que trocou uma lancha por 4 mil moedas digitais. Cada uma cotada a R$ 23,23, o que totaliza mais de R$ 90 mil.
No entanto, no momento em que ele foi operar a sua conta no site da empresa, não conseguiu ter acesso ao dinheiro, pois estava bloqueado. Na ocasião, um dos presidentes da empresa chegou a alegar que o sistema tinha sido alvo de hackers e que “quem estivesse atuando contra a empresa ia pagar com sangue”.Outro investidor também denunciou, em maio, que investiu R$ 12 mil. A quantia foi paga em espécie para o executivo Hildegarde Melo, um dos presos na operação. O cliente, entretanto, só conseguiu ter acesso a 1% do que havia sido prometido.
Outra pessoa que alega ter sido lesada pela Kriptacoin é um homem que vendeu um carro da marca KIA, no valor de R$ 33 mil, e não conseguiu ter acesso às moedas — cerca de 1 mil. Quando procurou a empresa, a vítima foi informada de que o problema tinha sido provocado por um ataque de hacker ao sistema.
Operação Patrick
A ação deflagrada na manhã desta quinta-feira pela Polícia Civil em conjunto com o Ministério Público do DF e Territórios investiga a venda da moeda digital Kriptacoin, da empresa Wall Street Corporate. Os investigadores cumpriram 13 mandados de prisão preventiva e 18 de busca e apreensão no Distrito Federal, em Águas Lindas de Goiás e Goiânia.
O grupo é investigado por suposto esquema de organização criminosa, estelionato, lavagem de dinheiro, uso de documentos falsos e por crime de pirâmide financeira. Segundo o MP, atuava por meio de laranjas, com nomes e documentos falsos.