metropoles.com

Vítima de bando que fraudava planos ficou com prejuízo de R$ 1 mi

Idoso foi acionado por unidade de saúde na Justiça para pagar dívida milionária. Grupo ainda causou ao menos três mortes de freiras no DF

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Michael Melo/Metrópoles
Policiais civis em operação
1 de 1 Policiais civis em operação - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Um idoso, morador do Distrito Federal, ficou com prejuízo estimado em R$ 1 milhão após cair no golpe de uma organização criminosa, que tem atuação interestadual. O grupo foi alvo da Operação Esculápio, deflagrada nesta quarta-feira (27/11/2019) pela Polícia Civil e o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT).

São investigados cinco corretoras de seguros, três empresas de fachada e quatro empresários. Contas bancárias dos suspeitos foram bloqueadas por ordem judicial. Valores chegam a cifras milionárias e vítimas podem ultrapassar o número de 1 mil, destacou o MPDFT.

A vítima fechou o contrato com a corretora de seguros investigada pela polícia. O homem teve complicações de saúde e precisou ficar internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) de um hospital particular do DF. A operadora desconfiou do perfil do paciente e, ao fazer uma auditoria no contrato, constatou a fraude e interrompeu o pagamento. A unidade de saúde entrou na Justiça e cobra do paciente a dívida milionária.

4 imagens
Material apreendido durante a operação
Delegado Bruno Carvalho e Silva
Promotor de Justiça Paulo Binicheski
1 de 4

Material apreendido durante a operação

PCDF/Divulgação
2 de 4

Material apreendido durante a operação

PCDF/Divulgação
3 de 4

Delegado Bruno Carvalho e Silva

PCDF/Divulgação
4 de 4

Promotor de Justiça Paulo Binicheski

Mirelle Pinheiro/Metrópoles

“Os investigados ofereciam plano para pessoas que não tinham vínculo empregatício e idosos. Realizavam o cadastro junto às operadoras utilizando dados falsos, como profissão, idade e condição de saúde. Em alguns casos, verificamos que eles cobraram o dobro do preço. As vítimas só descobriam que se tratava de fraude quando tinham o atendimento recusado no hospital ou ficavam no prejuízo após o cancelamento do contrato por indício de crime”, explicou o promotor de Justiça Paulo Binichesk.

Durante buscas feitas no Rio de Janeiro, policiais encontraram bilhetes orientando os funcionários de uma corretora de planos de saúde a trocar os dados dos clientes. A quadrilha é alvo de sete inquéritos policiais instaurados entre 2017 e 2018. Os crimes investigados são: estelionato, uso de documento falso e organização criminosa.

O delegado Bruno Carvalho e Silva, diretor da Divisão de Repressão aos Crimes contra a Propriedade Imaterial (DRCPim), detalha que, durante buscas desta quarta-feira, os investigadores recolheram contratos, documentos e arquivos de mídia das empresas.

“Vamos fazer uma análise pericial dos documentos para chegar à conclusão de quais foram fraudado,s assim como os valores movimentados pela quadrilha. Cerca de 30 vítimas já prestaram depoimento na delegacia”, ressaltou o policial.

Mandados foram cumpridos no Sudoeste, Riacho Fundo e Santa Maria. Três empresas jurídicas localizadas no Setor Comercial Sul também se tornaram alvo.

Mortes
Segundo o MPDFT, a organização criminosa fez ao menos 100 vítimas no Distrito Federal. Entre elas, três freiras, que morreram. Sem saber que era alvo de um golpe, o convento onde elas moravam firmou contrato com a quadrilha. Logo depois, as vítimas precisaram de atendimento e descobriram que o documento era fraudado. Um outra morte ainda é investigada.

A organização é constituída por um núcleo duro, formado por líderes do esquema: dois sócios de uma corretora de planos de saúde. Eles são encarregados de idealizar, esquematizar e montar a estratégia. Também gerenciam as principais ações do núcleo de cooptadores, formado por corretores autônomos e funcionários que atuam com a finalidade de atrair pessoas vulneráveis – idosos, doentes, pessoas sem vínculos empregatício, associativo, sindical, ou seja, pessoas não elegíveis aos planos de saúde coletivos por adesão.

Outro núcleo operacional é formado por três suspeitos, eles têm a função de operacionalizar o esquema no DF e em outros estados, além de adulterar documentos, formalizar parcerias e criar vínculos empregatícios falsos com as empresas utilizadas na fraude. “Colocavam pessoas como se fossem funcionários de empresas, quando na verdade elas não eram. Algumas dessas firmas eram de fachada”, complementou o promotor.

Dicas
O delegado Bruno Carvalho e Silva alerta a população para evitar golpes como esse. Segundo o policial é preciso desconfiar de preços praticados fora da média do mercado. “Desconfie se for muito barato, principalmente. Além disso, é importante ler o contrato por inteiro, incluindo as letras miúdas, antes de assinar. Checar as informações contidas e só fechar o plano após todas essas verificações”, destacou. 

O nome da operação é uma alusão à mitologia grega e romana, ao deus da medicina e da cura.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?