metropoles.com

Violência em Ceilândia: suspeito de matar Maria Eduarda é um menor

A menina é mais uma vítima da disputa de territórios por gangues que atuam na cidade. Adolescentes buscam espaço no comando dos grupos

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Rafaela Felicciano/Metrópoles
Maria-Eduarda1
1 de 1 Maria-Eduarda1 - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O autor dos disparos que mataram a pequena Maria Eduarda Rodrigues de Amorim, cinco anos, em Ceilândia, é um adolescente. Segundo apurou o Metrópoles, entre os suspeitos do crime também está um foragido do sistema socioeducativo. A menina é mais uma vítima da disputa de territórios por gangues de Ceilândia. Neste caso, entre as quadras QNO 17 e 18. Com a prisão dos líderes adultos, os menores estão em guerra para dominar o espaço.

Ações coordenadas pela 24ª Delegacia de Polícia (Setor O) ajudaram a desarticular as gangues. Em abril, por exemplo, uma operação levou grande parte dos criminosos, considerados violentos, para a prisão. Agora, os adolescentes querem ocupar os postos de liderança. Para isso, transformaram a região em um verdadeiro campo de guerra e não se incomodam em cometer barbáries para conquistar seus objetivos..

Um desses menores teria fugido de um centro de internação e, na última quinta-feira (17/5), praticado o chamado “atentado”, que consiste em espancar e torturar um integrante da organização rival. No domingo (20), o grupo ao qual a vítima do espancamento pertence se reuniu e executou, com um tiro na cabeça, um jovem de 17 anos. Ele estava com a irmã de 12 anos em uma parada de ônibus na QNO 17.

A resposta veio rápida. Na segunda (21), a casa de Maria Eduarda foi alvo de um ataque a tiros. A menina morreu com uma bala na cabeça. Ela tinha saído no quintal para pegar pipoca e perdeu a vida. As balas ainda acertaram o irmão dela, Marcos Rodrigues de Amorim, 19, no joelho.

Marcos Rodrigues de Amorim tem diversas passagens pela polícia. Quando ainda era adolescente, o rapaz foi apreendido por atos análogos a furto e roubo a comércio, receptação de carro roubado e porte ilegal de arma de fogo. Em 2018, já adulto, chegou a ser preso e estava em liberdade provisória.

O auxiliar administrativo Alan Jones Ferreira de Carvalho, 36, tio das vítimas, acredita que o alvo não era Marcos e, sim, o irmão dele de 15 anos. Ele teria envolvimento com drogas. “Tentaram matá-lo há cerca de dois meses, aqui mesmo no quintal. Deram vários tiros, mas felizmente ninguém saiu ferido. Depois disso, ele foi embora e não sabemos onde está”, afirmou. As marcas de balas estão nas janelas e no portão da casa.

7 imagens
Marcas de bala na janela da casa da avó de Maria Eduarda
QNO 18, em Ceilândia
Rua onde ocorreu o crime
Maria Eduarda
Trabalho de Maria Eduarda em homenagem à mãe, Cláudia
1 de 7

Marca de bala no portão da casa da família de Maria Eduarda

Rafaela Felicciano/Metrópoles
2 de 7

Marcas de bala na janela da casa da avó de Maria Eduarda

Rafaela Felicciano/Metrópoles
3 de 7

QNO 18, em Ceilândia

Rafaela Felicciano/Metrópoles
4 de 7

Rua onde ocorreu o crime

Rafaela Felicciano/Metrópoles
5 de 7

Maria Eduarda

Rafaela Felicciano/Metrópoles
6 de 7

Trabalho de Maria Eduarda em homenagem à mãe, Cláudia

Rafaela Felicciano/Metrópoles
7 de 7

Muro do colégio onde Maria Eduarda estudava mostra sinais da violência na região

Rafaela Felicciano/Metrópoles

 

O veículo usado por um grupo de adolescentes no crime havia sido roubado minutos antes do homicídio de Maria Eduarda. O carro foi localizado em frente a um mercado da QNO 17 e apreendido. Um suspeito, maior de idade, chegou a ser preso pela Polícia Militar, mas acabou liberado já que não foi feita ligação direta com o crime.

Ataque
A menina, que ia completar seis anos em agosto, morava com a família nos fundos da casa da avó, na QNO 18, Conjunto 36, em Ceilândia. O irmão dela entrava no quintal quando dois homens chegaram em um Voyage preto e fizeram vários disparos. O rapaz está internado no Hospital Regional de Ceilândia (HRC), mas não corre risco.

Maria Eduarda levou três tiros – na cabeça, no tórax e na nádega. Ao ser atingida, caiu no corredor da casa. Foi levada por parentes ao HRC, mas chegou à unidade de saúde sem os sinais vitais.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?