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Uso obrigatório de farda na PMDF gera polêmica em setores da tropa

A decisão causou insatisfação entre os policiais que fazem parte do Centro de Inteligência (CI), o chamado serviço velado da PM

atualizado

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Daniel Ferreira/Metrópoles
Policiais militares de farda batem continência
1 de 1 Policiais militares de farda batem continência - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Uma circular interna publicada pelo Comando-Geral da Polícia Militar do Distrito Federal gerou polêmica entre a tropa. De acordo com a determinação, desde o dia 1º de fevereiro, todos os policiais da corporação devem trabalhar fardados tanto durante operações quanto no serviço administrativo dos batalhões.

A única exceção foi aberta para os militares que pertencem a unidades especializadas, como o Grupo Tático Operacional (GTop). A decisão desagradou militares, entre eles os policiais que fazem parte do Centro de Inteligência (CI), o chamado serviço velado da PM.

De acordo com oficiais e praças ouvidos pelo Metrópoles, a decisão pode provocar sérios efeitos colaterais. “Existem atividades na polícia que, pela natureza, precisam ser exercidas com o homem descaracterizado. O entendimento que passa pela cabeça do comando é o de que o homem que atua na inteligência, pode perfeitamente, pelo menos alguns dias na semana, contribuir com o trabalho operacional de policiamento ostensivo. Mas isso é um erro, um equívoco”, afirmou um oficial de alta patente ouvido pela reportagem.

O militar foi além e defendeu que o PM que se dedica ao policiamento velado, ou mesmo à atividade de inteligência, tem uma “estória cobertura” – tipo uma narrativa do cenário – que muitas vezes precisa ser feita com intensidade. “Não basta pura e simplesmente você virar para o policial e dizer: agora você vai usar farda. Devem mensurar o prejuízo que isso pode causar às operações de inteligência e mesmo à vida pessoal do PM”, ressaltou.

 

Reprodução

 

P2 fardados
Policiais militares lotados no CI já começaram a integrar o policiamento ordinário devidamente fardados, conforme apurou a reportagem. Um dos militares ouvidos defendeu dois pontos de vista sobre a decisão do Comando-Geral. Segundo ele, a identidade do militar que atua no serviço velado deve ser preservada a qualquer custo: “Escalar o agente de inteligência fardado no meio da tropa é temerário”.

O segundo ponto defendido pelo policial é sobre os militares da inteligência que trabalham internamente, no expediente.  De acordo com ele, não faz sentido colocar esse efetivo fardado se eles não forem apoiar o policiamento convencional, de rua. Ele alerta que o CI não tem viaturas ostensivas nem administrativas. “Vão colocar o pessoal nas viaturas veladas para tirar serviço?”, questionou.

O outro lado
Procurada pela reportagem para falar sobre a decisão expressa na circular, a PM afirmou que a determinação de uso do uniforme padrão da corporação foi para todos os policiais que trabalham na área administrativa.

“Policiais que trabalham na área de inteligência fazendo levantamentos nas ruas para subsidiar aplicação do policiamento ostensivo não estão incluídos nesta determinação. Informamos, ainda, que a administração de vários Centros de Inteligência, inclusive a do Exército Brasileiro, usam seus respectivos uniformes”, ressaltou a corporação, por meio de nota.

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