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TJDFT: servidores têm dados bancários roubados e são alvo de golpistas

Criminosos conseguiram acesso a informações de correntistas e tentaram sacar dinheiro. Um dos casos ocorreu em agência no próprio Tribunal

atualizado

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foragida df golpe TJDFT BB
1 de 1 foragida df golpe TJDFT BB - Foto: Imagem cedida ao Metrópoles

A Polícia Civil (PCDF) procura suspeitos de aplicar golpes a servidores públicos do Distrito Federal. Um dos casos foi registrado dentro de uma agência bancária no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT). De acordo com as investigações, conduzidas pela Divisão de Repressão ao Crime Organizado (Draco), os criminosos tentaram realizar diversos saques das contas de três servidores da Corte.

Nas investidas, os suspeitos usaram documentos falsos e se passaram pelos funcionários. A polícia acredita que o grupo conta com uma “central de dados”, com informações bancárias das vítimas.

Câmeras de segurança do TJDFT e da agência bancária flagraram a movimentação de um casal em maio deste ano. Nas imagens, é possível ver que eles se identificam na portaria e apresentam as identidades, que eram falsificadas.

A atendente desconfia do homem e não autoriza a entrada dele. A mulher (foto em destaque), no entanto, consegue acesso e caminha em direção ao Banco do Brasil, onde se apresenta como servidora. Ela mostra o documento fraudado, tenta depositar um cheque falso no valor de R$ 11 mil e sacar R$ 25 mil da conta, mesmo sem o cartão da agência.

Veja o momento da ocorrência:

Contudo, a mulher é informada de que, como se tratava de valor muito alto, ela só conseguiria fazer o procedimento na própria agência em que a servidora era correntista, no Setor de Indústrias Gráficas (SIG). A golpista, então, deixa o TJDFT e vai ao SIG.

No local, a estelionatária tenta sacar R$ 25 mil novamente. Funcionários do banco desconfiaram da movimentação e telefonaram para a correntista, mas não tiveram sucesso. Ao perceber a movimentação, a mulher foi embora. Os funcionários a acompanharam e anotaram a placa do veículo em que ela entrou, um Toyota Corolla.

Segundo o depoimento da vítima à Polícia Civil, ela foi alertada pelo gerente do banco após as tentativas de saque. De acordo com a servidora, às 13h, momento em que os criminosos estavam no TJDFT, o celular dela ficou inoperante. A mulher entrou em contato com a operadora e foi informada de que a linha havia sido trocada às 10h48. A suspeita é que os golpistas tenham feito o procedimento.

Mais uma vítima do TJDFT

Outra analista do TJDFT foi vítima do grupo cinco dias depois. Os criminosos foram até uma agência do Lago Norte e tentaram sacar R$ 70 mil. Contudo, os funcionários do banco fizeram uma série de questionamentos, e a estelionatária acabou saindo do local, deixando o documento falso para trás.

A vítima contou aos investigadores que o celular também foi bloqueado para fazer e receber chamadas no dia do crime. Ainda relatou que depositaram cheques falsos em valores que somam R$ 38,1 mil na sua conta.

Perícia

A identidade falsa foi apreendida e passou por perícia. Após as apurações, os policiais constataram que se trata de um grupo criminoso especializado em operações financeiras. Com auxílio do próprio banco, foi possível descobrir o modus operandi da quadrilha.

De forma fraudulenta, o bando conseguia acessar os cadastros dos clientes por meio de matrículas de funcionários de agências localizadas em Belo Horizonte (MG). Segundo a investigação, os criminosos possuem vasto conhecimento técnico em TI e também contam com informações privilegiadas.

Os policiais civis identificaram Ricardo Lázaro Cardoso como mentor intelectual dos golpes. Morador de Taguatinga, ele está foragido. Os policiais fizeram buscas na residência dele e apreenderam uma série de pendrives, celulares e chips de telefone. Todo o material foi encaminhado para perícia. Os dados extraídos podem ajudar a identificar outras vítimas.

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Ricardo guardava <i>pendrives</i> e chips de telefonia em casa, em Taguatinga
Comparsas de Ricardo, que ainda não foram identificados
Informações podem ser repassadas à PCDF por meio do telefone 197
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Ricardo Lázaro Cardoso está foragido

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Ricardo guardava pendrives e chips de telefonia em casa, em Taguatinga

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Comparsas de Ricardo, que ainda não foram identificados

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Informações podem ser repassadas à PCDF por meio do telefone 197

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“O Ricardo tem diversas passagens por estelionato no Distrito Federal. As ocorrências tiveram início em 2010. Em 2011, foi alvo de prisão preventiva a pedido da delegacia da Asa Sul. Durante as investigações, descobrimos que, neste ano, ele aplicou o mesmo golpe em Goiás. Acreditamos que ele agia em outros estados, sempre da mesma forma”, explicou o delegado-chefe da Divisão de Repressão ao Crime Organizado, Adriano Valente.

A investida rendeu R$ 150 mil para ele e os comparsas, que ainda não foram identificados, mas aparecem nas gravações. Durante as buscas feitas no dia da prisão, os policiais de Goiás encontraram extratos bancários no bolso da calça dele.

Ricardo chegou a ser preso e custodiado no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. Dias depois, foi colocado em liberdade por decisão judicial. Diante dos fatos ocorridos na capital federal, a PCDF indiciou o suspeito por três crimes de estelionato na forma tentada e por associação criminosa.

Quem tiver informações sobre os criminosos pode entrar em contato com a Polícia Civil por meio do disque-denúncia 197 (opção 0), pela Delegacia On-line, pelo e-mail denuncia197@pcdf.df.gov.br ou pelo WhatsApp (61) 98626-1197. Não é preciso se identificar.

Procurado pela reportagem, o Banco do Brasil informou que “mantém estrutura dedicada à prevenção a fraudes e apta a detectar a atuação de golpistas por meio de sistemas e soluções de segurança. Quando detecta esse tipo de ocorrência, o banco noticia as autoridades competentes e colabora com as investigações por meio do repasse de subsídios no seu âmbito de atuação”.

Ainda segundo a instituição, “O BB orienta seus clientes, por meio de avisos em todos os terminais e durante os atendimentos presenciais, em relação à proteção de senhas e à recusa de auxílio de estranhos, com o objetivo de evitar ações de criminosos”.

Procurado, o TJDFT não havia se manifestado até a última atualização deste texto.

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