Agente da PCDF é detido suspeito de sacar arma em bar e agredir mulher
O agente teria apontado a arma para PMs que atenderam a ocorrência. Ele correu, mas se rendeu depois de percorrer 200 metros. Veja vídeo
atualizado
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Um policial civil do Distrito Federal foi preso na madrugada desta sexta-feira (14/9) suspeito de sacar a arma para clientes de um bar e de ter arremessado a companheira para fora do carro, que estava em movimento. De acordo com a Polícia Militar, o homem foi identificado como Bruno Cal dos Santos Rodrigues. Ele é agente da PCDF.
De acordo com informações preliminares da corporação, uma equipe da PM foi acionada, inicialmente, para checar um acidente de trânsito com a presença de pessoa armada. Uma viatura do Exército Brasileiro chegou a parar no local a fim de ajudar a socorrer a mulher do suspeito.
Três testemunhas afirmaram que o motorista, marido da vítima, agrediu a parceira em um bar no Setor Bancário Sul. O trio tentou intervir, mas, segundo relatos, o homem sacou a arma a fim de que ninguém se aproximasse. Ele teria colocado a esposa dentro do veículo e fugiu. A mulher do agente, no entanto, nega a versão e diz que não sofreu qualquer tipo de agressão.
Questionado pelos militares sobre a profissão, o homem disse que era policial civil. Nervoso, teria voltado a sacar a arma e falou que ninguém poderia tocá-lo. Então, durante a abordagem, o suspeito correu por mais de 200 metros, foi cercado e acabou se entregando. A ação foi gravada. Confira abaixo:
A mulher foi levada ao Hospital Regional da Asa Norte pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). O agressor e as testemunhas foram conduzidos à 5ª Delegacia de Polícia (Área Central).
A Polícia Civil confirmou que investiga o caso e enviou um resumo da ocorrência. No boletim, destaca que uma equipe da delegacia compareceu ao hospital e constatou que a mulher não apresentava lesão aparente. Ela foi encaminhada pela equipe médica ao neurologista: “Questionada a respeito do que havia ocorrido, a vítima nega que tenha sido agredida e se recorda apenas de ter ido ao bar com seu marido e em seguida ter sido acordada já no hospital. Mesmo assim, a vítima foi encaminhada ao IML”.
A Polícia Civil acrescentou que outras duas mulheres disseram ter sido ameaçadas pelo policial. “Informaram que estavam no estacionamento do local, se envolveram na ocorrência sentiram-se ameaçadas e assinaram termo de representação em desfavor do autor. Segundo informaram, o autor teria sacado sua arma em direção a elas”.
O agente assinou o Termo de Compromisso de Comparecimento e foi liberado. A polícia alega que, “quanto à possível lesão do autor contra a esposa não há elementos suficientes, no momento, para avaliá-la, mesmo porque a vítima de nada se recorda e não há lesões aparentes. Por esse motivo, em relação a esse fato, registrou-se ’em apuração'”. O policial também foi encaminhado ao IML. Uma cópia da ocorrência foi encaminhada à Corregedoria da PCDF.
Há três processos contra o agente no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT). Em dois deles, por violência doméstica, a vítima é a mulher do suspeito. No autos, ela alega que sofreu agressões verbais, físicas e pediu medidas protetivas de urgência, além de indenização.
O outro lado
O vice-presidente do Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol), Paulo Roberto Sousa, compareceu à delegacia acompanhado de uma advogada da entidade. Ao Metrópoles, ele afirmou que não houve agressão e que a mulher foi socorrida e levada ao hospital porque passou mal e desmaiou. “Ela não apresenta qualquer tipo de lesão. Não representou contra o marido e nega a briga entre o casal”, ressaltou Sousa.
O sindicato afirma que eles estavam no carro quando a mulher começou a passar mal. O policial teria parado para socorrer a companheira quando parou uma viatura do Exército. O agente disse que se apresentou como policial o tempo todo. Policiais militares teriam perguntado se ele estava armado e ele confirmou. Em seguida, foi levado à delegacia e solto em seguida.