Sindepo e Adepol pedem a renúncia do diretor-geral da PCDF, Eric Seba
Entidades criticam exonerações de delegados e pedem que diretor deixe o cargo “em respeito à credibilidade adquirida na Polícia Civil”
atualizado
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A crise na Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) não atinge apenas a corporação e o Executivo. Os desgastes já consomem os próprios integrantes da instituição. Uma nota escrita pelo Sindicato dos Delegados de Polícia do DF (Sindepo) e pela Associação dos Delegados de Polícia DF (Adepol) pede que o atual diretor-geral da PCDF, delegado Eric Seba, renuncie ao cargo “em respeito à credibilidade adquirida na Polícia Civil pelo longos anos de dedicação e amor por essa instituição, pela nobreza e seriedade que têm orientado os seus compromissos”.
A justificativa das entidades para o pedido é a falta de negociações com o Governo do DF. “A instituição sofre uma crise de autoridade e liderança, o que tem refletido negativamente na capacidade de gestão, produzido desestímulo nos servidores, instabilidade nas relações, queda na qualidade da prestação de serviços e, infelizmente, submetido o cidadão ao convívio diuturno dos infortúnios de uma criminalidade desenfreada na capital da República”, destaca o documento.O Sindepo e a Adepol terminam o texto criticando as exonerações de delegados publicadas no Diário Oficial do DF de terça-feira (29/11). Em outubro, a direção da PCDF já havia exonerado outros investigadores vistos como “insurgentes” pelo comando da instituição. “Conclamamos aos delegados nomeados para o exercício desses cargos que não entrem em exercício, pela defesa da dignidade do cargo e pela unidade de todos os Delegados de Polícia do DF”, conclui o Sindepo e a Adepol.
O Metrópoles tentou contato com Eric Seba, por meio do celular, e com a Divisão de Comunicação da PCDF (Divicom), mas não conseguiu retorno até a última atualização desta reportagem. A queda de braço entre o diretor e a corporação não é de hoje e também não é a primeira vez que os delegados pedem o afastamento de Seba.
“Já tínhamos feito um pedido para que o diretor entregasse o cargo considerando uma promessa feita por ele em assembleia, mas até agora não aconteceu. É um desconforto muito grande a proximidade da direção (da PCDF) com o governo, que não tem negociado com a categoria”, diz o presidente do Sindepo, Rafael Sampaio.
Reivindicações
O impasse entre a PCDF e o GDF também se arrasta desde o meio do ano. A principal reivindicação da categoria é a equiparação da carreira à da Polícia Federal, ou seja, aumento de 37% nos salários. Além de não incrementar o reajuste aos contracheques dos policiais, o Executivo não tem sentado para negociar com a categoria. Em manifestos, investigadores já entregaram cargos, fecharam delegacias durante a noite e fizeram inúmeras manifestações.