Secretário de Segurança escolherá novo comandante da PMDF, diz Ibaneis
Corporação amanhece nesta quarta com expectativa por novidades. Na noite dessa terça, Anderson Torres conversou com distritais sobre o tema
atualizado
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A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) acorda nesta quarta-feira (07/08/2019) com a expectativa para saber quem será o novo comandante-geral. O governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), disse ao Metrópoles que cabe ao secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, a responsabilidade de escolher o novo chefe da corporação.
Nessa terça (06/08/2019), mesmo dia em que foi publicada a exoneração da coronel Sheyla Soares Sampaio do cargo de comandante-geral da PMDF e quando ocorreu a oficialização da saída do coronel Marcus Paulo Koboldt da chefia da Casa Militar, Torres reuniu-se com deputados distritais da base.
Na ocasião, o secretário confirmou que a escolha lhe caberá, mas a decisão não será tomada sem ele ouvir outras pessoas. Aos parlamentares, o titular da pasta de Segurança Pública ainda pediu ajuda para a liberação de emendas, especialmente para instalar câmeras e sistemas de vigilância no Distrito Federal.
O secretário não deve demorar para definir o novo comandante-geral, que precisará demonstrar afinidade com as políticas da atual gestão. A falta de alinhamento com os planos e objetivos do governo foi justamente o que provocou as quedas dos coronéis Sheyla e Koboldt.
Anderson Torres confirmou que esse “desalinhamento” com as ideias de Ibaneis tornou a permanência de ambos insustentável nos respectivos cargos.
Um dos assuntos que externaram as diferenças de opinião entre o comando da PMDF e o governo foi a criação de unidade de saúde específica para atender todos os servidores das forças de segurança do Distrito Federal. O projeto prevê que o Hospital da Segurança Pública assista, em tempo integral, exclusivamente integrantes da PMDF, da Polícia Civil (PCDF) e do Corpo de Bombeiros Militar (CBMDF), no espaço onde hoje funciona a Policlínica da Polícia Militar.
O Fórum das Associações Representativas dos Policiais Militares e dos Bombeiros Militares do DF, entidade que reúne 14 instituições, já havia feito críticas à medida e nessa terça-feira, após a exoneração da coronel Sheyla, voltou a questionar a iniciativa.
“O secretário é o chefe operacional da segurança pública do Distrito Federal, porém não tem respaldo legal para determinar que a PMDF abdique do seu hospital para atender a um capricho intempestivo”, afirmou a entidade, por meio de nota. Ibaneis disse que não comentaria a comunicação. “É decisão de governo”, pontuou.
Reportagem do Metrópoles, publicada no sábado (03/08/2019), mostrou resultado de uma auditoria do Tribunal de Contas do DF (TCDF) feita sobre a prestação de assistência à saúde da corporação. A conclusão é de que ela “é ineficaz e apresenta ineficiências”. Além disso, o centro médico do PMDF está ocioso em 60%.
Auditores também apontam custos altos. Entre 2013 e 2017, foi desembolsado R$ 1 bilhão, entre consultas e serviços prestados aos policiais e seus dependentes. Ainda de acordo com o relatório, as dívidas relativas à prestação de serviços de saúde da força chegam a R$ 117,8 milhões, acumuladas no mesmo período analisado, o que corresponde a praticamente à metade do orçamento total destinado à área, em 2017, no valor de R$ 234,3 milhões.
Despedida
Horas após a exoneração, a coronel Sheyla divulgou nota na qual destacou os quase 30 anos de carreira na PM. “O juramento, prestado quando ainda muito jovem, de preservar a vida do próximo, foi honrado a cada instante”, reforçou.
Primeira mulher a comandar a PMDF, Sheyla se disse orgulhosa desse pioneirismo. “Levo comigo o orgulho de sempre ter prezado pela defesa da valorosa Polícia Militar, marca da minha gestão, e de ter sido a primeira mulher a estar à frente de uma instituição militar bicentenária.”