metropoles.com

Brasília insegura: onda de assassinatos aterroriza moradores

Somente em setembro de 2019, foram registrados 34 assassinatos. O número é 21,43% mais alto do que o computado no mesmo período de 2018

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Hugo Barreto/Metrópoles
Violência-no-DF
1 de 1 Violência-no-DF - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Motoristas de aplicativos executados de forma brutal, morte em posto de combustível, latrocínio na porta de supermercado, feminicídios e padre estrangulado no quintal da igreja. A onda de assassinatos registrados na capital do país nos últimos dias assustou a população e fez até o governador pedir desculpas pela violência crescente.

A sensação de insegurança é corroborada por estatísticas oficiais: em setembro deste ano, ocorreram 34 assassinatos. O número representa 21% de casos a mais do que o registrado no mesmo período de 2019, quando 28 vidas foram tiradas de forma violenta. Os dados são da Secretaria de Segurança Pública do DF e contemplam homicídios e latrocínios. O mês de outubro só está na metade e já computa diversos episódios bárbaros.

Os mais recentes ocorreram nesse fim de semana. O corpo de Henrique Fabiano Dias Coelho  foi encontrado no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA) na madrugada de domingo (13/10/2019) e o de Tiego Cavalcante na sexta-feira (11/10/2019), em Samambaia. Os dois eram condutores de apps de corrida de passageiros.

Casos de violência contra a mulher, inclusive feminicídios, também contribuíram para a elevação desses tristes números em setembro. No dia 29, Adriana Maria de Almeida, 29 anos, acabou morta em casa, no Riacho Fundo, pelo próprio companheiro, que ainda encontra-se foragido.

Dois dias antes, outra mulher foi assassinada. O crime ocorreu na comunidade de Catingueiro, região da Fercal. A vítima, Queila Regiane Jane, 42, também foi morta a facadas. Horas depois, o suspeito foi preso. Os investigadores acharam Iron da Cruz Silva, 37, em um assentamento a 25 km de casa. Ela tinha passagem por tentativa de homicídio.

No fim de semana que antecedeu aos dois feminicídios, o DF amanheceu em choque ao tomar conhecimento do assassinato do padre Kazimerz Wojno, 71. Três homens e um adolescente invadiram o terreno da Paróquia Nossa Senhora da Saúde, na 702 Norte, renderam o pároco e o assassinaram com  requintes de crueldade: ele foi enforcado com um arame. Os suspeitos do crime foram detidos.

Na ocasião, o próprio governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), pediu desculpas à população. “Por mais que a gente tenha se esforçado para melhorar a segurança do DF, ainda não foi possível conter a criminalidade na capital do país”, admitiu o emedebista à época.

Outros crimes

Além dos assassinatos, outra modalidade criminosa tem tirado o sono dos brasilienses, principalmente quem depende de transporte público. Setembro de 2019 registrou um incremento de 43% de ocorrências relacionadas a roubos a coletivos: passaram de 87 no ano passado para 125 neste ano.

Postos de combustíveis também têm sido visados por bandidos em 2019. Praticamente dia sim, dia não, são catalogados roubos a esse tipo de estabelecimento: foram 135 ataques em 270 dias. A violência contra funcionários desses comércios voltou a ser foco das autoridades de segurança pública, após uma tentativa de assalto resultar na morte de um adolescente infrator. O episódio ocorreu na madrugada de sexta-feira (11/10/2019), em Taguatinga Norte.

Na ocasião, cinco suspeitos desembarcaram de um carro roubado e anunciaram o assalto ao frentista e a um cliente. Eles não contavam que no comércio havia um homem armado, que reagiu e baleou três menores. Um deles, de 15 anos, não resistiu e perdeu a vida.

O autor dos disparos foi identificado como Carlos Alberto de Sousa, 54. Segundo o advogado dele, Adilson Valentim, o cliente estava de passagem pelo posto, quando viu a movimentação e decidiu agir.

Para o presidente do Sindicato dos Empregados de Postos de Combustíveis do Distrito Federal (Sinpospetro-DF), Carlos Alves, o episódio no posto localizado às margens da Avenida Elmo Serejo é só mais um exemplo do que os frentistas passam nas madrugadas. “A insegurança é muito grande. Muitos postos estão começando a fechar à noite, no intuito de evitar maiores prejuízos”, conta.

Tantos casos, diz Carlos, desestimulam donos e empregados a registrarem boletins de ocorrência. Este é o motivo, afirma o presidente, de a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal registrar, no comparativo entre os primeiros nove meses deste ano e de 2018, redução de 21% nas ocorrências de roubo em postos de combustíveis do DF. O número passou de 171 casos em 2018 para 135 em 2019.

O que diz a PM

Procurada, a PMDF disse “trabalhar ininterruptamente e de forma estratégica, a fim de reduzir a criminalidade em todo o DF”. De acordo com a corporação, “diversas operações estão sendo desencadeadas para que, além de reduzir os índices criminais, aumente também a sensação de segurança”.

No caso específico dos postos de combustíveis, a PM diz que o patrulhamento “é feito de forma constante, por meio de rondas”.

Veja o momento do assalto ao em Taguatinga:

Compartilhar notícia

Todos os direitos reservados

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?