Rollemberg determina volta da revista em manifestações na Esplanada
Em dias de protesto, haverá ainda reforço no policiamento. Na manhã desta quarta (30), grupo vistoriou locais atingidos por vandalismo
atualizado
Compartilhar notícia
Reunida na manhã desta quarta-feira (30), no Palácio do Buriti, a cúpula da segurança do governo de Distrito Federal avaliou a operação durante as manifestações desta quarta-feira (29/11) na Esplanada dos Ministérios. Entre as determinações, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) pediu reforço no esquema de segurança e a volta de revistas na chegada à área central em dias de protestos.
Antes da reunião, ele vistoriou o Ministério da Educação e a Catedral Metropolitana de Brasília. Em ambos, houve vidraças quebradas, pichações e placas danificadas, entre outros danos. “Para a gente está muito claro que um grupo veio com a intenção deliberada de tumultuar e de depredar o patrimônio público. O desafio agora é identificar essas pessoas para que elas sejam punidas”, afirmou Rollemberg.
Segundo o diretor-geral da corporação, Eric Seba, uma vez identificadas, elas passarão a ser monitoradas em futuras manifestações. Seis detidos por injúria, desacato, resistência, lesão corporal e/ou dano foram liberados após assinarem termos circunstanciados.
Reforço
Na avaliação da secretária da Segurança Pública e da Paz Social, Márcia de Alencar, a presença de infiltrados nas manifestações está relacionada aos casos de depredação. “Os grupos perderam o controle da manifestação porque outros grupos infiltrados vandalizaram”, pontuou.
Ela destacou que a pasta organizou quatro reuniões preparatórias com os movimentos, e que a operação focou em manter a integridade dos manifestantes que não participavam dos atos de vandalismo. “Não houve acidente grave e fomos bem-sucedidos. Mas não pudemos, na mesma proporção, preservar o patrimônio”, avaliou. Além de reforço nas revistas, a atuação em futuros protestos terá estratégias associadas de inteligência.
Para impedir tentativa de invasão ao Congresso Nacional, o comandante-geral da Polícia Militar do DF, coronel Marcos Antônio Nunes de Oliveira, explicou que a tropa usou gás lacrimogêneo para dispersão. “Seguimos os protocolos nacionais e internacionais de controle de distúrbio civil, os mesmos que usamos nas manifestações do processo de impeachment.” De acordo com o comandante, a média de efetivo da Polícia Militar nos protestos é de mil policiais, e haverá reforço em próximas manifestações.
Vandalismo
O GDF divulgou que 27 placas de sinalização foram arrancadas e amassadas em ações de vandalismo na Esplanada dos Ministérios. Cones, cavaletes e dois veículos foram queimados. Cinco paradas de ônibus, quebradas. Também foi danificado um controlador de velocidade.
Diversos prédios de ministérios tiveram paredes pichadas e vidros e refletores quebrados. Na Avenida das Bandeiras, mastros foram danificados, a calçada pichada e bandeiras arrancadas. Danos semelhantes ocorreram no Museu Nacional e na Biblioteca Nacional. Vidraças foram quebradas em uma agência do Banco de Brasília (BRB) no Setor Bancário Sul.
Doze pacientes foram atendidos no Hospital de Base de Brasília — 11 com ferimentos leves e um com corte profundo na perna — e seis no Hospital Regional da Asa Norte — cinco por intoxicação por gás lacrimogêneo e um com corte no dedo. Dois policiais militares também receberam atendimento do Hospital de Base, um com perfuração de faca nas costas e outro atingido na cabeça.
O Serviço de Limpeza Urbana (SLU) retirou dois caminhões de lixo e objetos quebrados da Esplanada. Na terça (29), 50 garis formaram as equipes de trabalho. Hoje, são 41 profissionais.