Preço do seguro de veículos dispara no DF por causa de furtos e roubos
Em um ano, valor subiu 18,95%. Seguradoras culpam alto número de ocorrências. A cada hora, dois veículos são alvo da ação de criminosos na cidade
atualizado
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Quem tem carro no Distrito Federal sabe a dificuldade que é pagar um seguro: a média de preços varia de R$ 2.300, para um veículo popular, a R$ 3.800 para um utilitário esportivo. Os valores foram reajustados em 18,95% entre julho de 2014 e julho de 2015, quase o dobro da inflação do período. É, disparado, o maior percentual registrado entre as 13 capitais pesquisadas pelo IBGE.
Procuradas pelo Metrópoles, as seguradoras colocam a culpa no alto número de roubos e furtos de automóveis no DF. Em média, a cada hora dois veículos são alvo da ação de criminosos.
“Para montar a cesta de produtos do seguro, consideramos, entre outros fatores, os índices de roubo da região. Com certeza, é o que mais tem pesado para o aumento dos últimos anos no DF”, explica Carlos Cavalcante, do Sindicato das Empresas de Seguros Privados, de Resseguros e de Capitalização dos Estados de Minas, Goiás, Mato Grosso e Distrito Federal.
Nesses casos (roubo), somos obrigados a indenizar totalmente o carro assegurado. Então, não vimos outra solução a não ser repassar isso para o preço do seguro.
Carlos Cavalcante, representante do sindicato das seguradoras
Corretor de seguros, Otávio Gomes concorda. “Realmente existe um impacto muito grande das ocorrências no preço do seguro. Principalmente as de furto, porque não tem garagem para todos e muitos estacionam em lugares indevidos”, argumenta. Ele explicou que os dados são atualizados anualmente. Quando reduz o número de ocorrências, o preço do seguro também é ajustado.
O servidor público Eduardo Almeida, 45 anos, teve o carro roubado há um mês. Ele foi rendido quando saía de um supermercado, no Plano Piloto, e não reagiu. “Não quis colocar em risco a minha vida nem a de ninguém”, disse. O veículo tinha seguro (ele pagou R$ 2.987) e há poucos dias conseguiu receber a indenização para comprar um carro novo. “Acho que acabou saindo barato. Se não tivesse seguro, teria que desembolsar uns R$ 30 mil para substituir meu carro”, destaca.
Sem o estepe
Formada em economia pela Universidade de Brasília (UnB), Sofia Amorin, 22 anos, teve o estepe e o extintor do carro roubados este ano. “Estacionei na 109 Norte e, quando voltei, o carro estava arrombado”, relata. “Depois fui olhar e estavam faltando o estepe e o extintor”. A jovem não acionou o seguro, pois ficava mais em conta pagar o conserto por fora, em função do valor da franquia (é a participação do segurado no prejuízo, necessária para que a seguradora faça a sua parte).
O carro de Dafne Uruguai (foto), 24, também foi alvo dos bandidos. A estudante teve o carro roubado há três semanas. “Estacionei na 512 Sul em plena luz do dia. Quando voltei, à noite, o meu fusca não estava mais lá”, lamenta. O veículo não tinha seguro e, após registrar ocorrência, soube que outros dois carros haviam sido roubados no mesmo dia, também na Asa Sul.
Marco Aurélio Virgílio de Souza, delegado-chefe da Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos (DRFV), acredita que o aumento no preço de seguros possa estar relacionado ao alto índice de roubos e furtos registrados entre 2013 e 2014. “Embora o número de ocorrências tenha diminuído neste ano, tivemos uma média de mais de 50 carros roubados por dia em janeiro de 2014”, relembra Souza.
O policial explica, entretanto, que nos primeiros oito meses deste ano houve queda nas ocorrências de roubo e furto de veículos. No ano passado foram 15.745 registros. Este ano, 11.600. Mesmo assim, as seguradoras consideram o número alto, já que são 48 carros roubados ou furtados por dia, o que representa dois a cada hora.
Proteja o seu carro
- Escolha com cuidado o local onde você vai parar o carro. Nada de lugares ermos ou sem movimento.
- Evite deixar objetos dentro do carro
- Não guarde documentos no carro
- Certifique-se de que o carro foi trancado
- Existem muitos equipamentos modernos que podem reforçar a segurança do seu carro, como bloqueadores, rastreadores e localizadores
- Evite dizer a manobristas e flanelinhas quanto tempo você irá demorar até retornar
- Evite deixar a chave com lavadores e vigias de estacionamento
- Evite namorar ou ficar conversando dentro do carro
- Se for transitar por locais desconhecidos, planeje seu itinerário
- Antes de entrar na sua garagem, fique atento ao seu redor