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Pousadas na 704 Norte viram ponto de tráfico de crack. Veja vídeo

Investigação da Seção de Repressão às Drogas identifica hospedarias na W3 Norte que comercializam drogas

atualizado

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1 de 1 5d969bf5-4219-4f2b-b7fa-3af38dcf207c - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Quando anoitece e o comércio instalado ao longo da W3 Norte fecha as portas, o tráfico e o consumo de drogas ganham as ruas. Pousadas irregulares que funcionam na quadra 704 foram transformadas em bases de apoio para distribuidores de crack e em refúgio para usuários. As hospedarias são alvos de uma investigação conduzida pela Seção de Repressão às Drogas (SRD), da 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte), que investiga cerca de 10 estabelecimentos do tipo na região.

Há um ano, agentes que trabalham nas ruas registram, em imagens, a ação de uma quadrilha bem organizada, que movimenta o mercado do tráfico na região. Com hierarquia bem definida, o bando explora o vício dos usuários que ocupam os quartos das pousadas. As apurações indicam que parte das drogas fica escondida no subsolo de uma delas, localizada no Bloco A da quadra.

Os traficantes costumam intensificar as ações após as 3h da manhã, quando quase não existe movimento na rua. Apelidada de “Zumbilândia” pelos policiais que investigam o comércio de entorpecentes, a área verde que fica entre o comércio da quadra e os prédios residenciais é ocupada pelos usuários de drogas. As imagens, obtidas com exclusividade pelo Metrópoles, mostram as fagulhas dos cachimbos de crack iluminando a escuridão do local. O entra e sai pela porta estreita que dá acesso ao subsolo onde ficam os quartos é intenso quando a droga circula.

Organização e medo
Pequenos grupos de usuários se escoram em muros ou se escondem entre arbustos para queimar as pedras. Apontado como um dos líderes da quadrilha, um homem circula pelo local quase todas as noites, acompanhando a movimentação dos “vapores” — pessoas que repassam a droga aos usuários. A polícia também identificou outro suspeito, responsável por recolher, a cada duas horas, o dinheiro obtido com a venda de crack.

Quem vive nas quitinetes sobre os comércios se torna refém do tráfico. Quando chegam de madrugada, se sentem inseguros com a movimentação no local.

Nunca sabemos o que uma pessoa sob efeito de drogas pode fazer, ainda mais em locais pouco iluminados, como os fundos desses prédios

Depoimento de uma senhora que vive em uma quitinete na área do tráfico

Repressão
Desde que assumiu a 2ª DP, o delegado Laércio Rossetto intensificou o combate ao tráfico de drogas na Asa Norte. Ele afirma que as operações reforçaram o trabalho da Seção de Repressão às Drogas (SRD). “Criamos uma equipe de elite, especializada em investigar o crime de tráfico de drogas. Nesse caso das pousadas, prendemos quatro traficantes entre fevereiro e março deste ano. No entanto, as peças são facilmente substituídas”, explicou.

O delegado diz que o combate ao tráfico no lado norte do Plano Piloto é feito com rigor, em parceria com o 3º Batalhão de Polícia Militar (BPM). “Sistematicamente, fazemos ações conjuntas com a Polícia Militar em pontos de consumo e tráfico. Estamos identificando e prendendo os distribuidores da droga”, ressaltou.

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