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Por surto de caxumba, visitas serão suspensas em parte da Papuda

Setenta e quatro casos da doença foram identificados no Centro de Detenção Provisória e no Centro de Internamento e Reeducação

atualizado

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1 de 1 papuda-840 - Foto: Fotos Públicas/Divulgação

Visitas a detentos de dois centros do Complexo Penitenciário da Papuda serão suspensas e, em alguns casos, restritas nesta semana. A medida é uma ação preventiva e de controle em razão de surto de caxumba no local. Sessenta e nove detentos de três alas do Bloco I do Centro de Detenção Provisória (CDP) foram diagnosticados na primeira semana de fevereiro. Outros cinco casos foram identificados no Centro de Internamento e Reeducação (CIR), quatro internos e uma servidora.

Até agora, 1.300 pessoas, entre servidores e pessoas privadas de liberdade, foram vacinadas no Centro de Detenção Provisória. Todos os detentos do Bloco I foram vacinados. No Centro de Internamento e Reeducação, 320 doses foram administradas nas alas onde ocorreram casos de caxumba.

Além da determinação para vacinação de todos os internos do Bloco I do CDP e das alas congeladas do CIR, locais de origem das doenças e que devem permanecer sem movimentação, uma equipe formada por, pelo menos, um médico e um grupo de enfermagem será mantida de plantão para atendimento. Para a gestão diária do surto, também foi montada uma sala de situação de emergência, com participação da Secretaria de Saúde e da Subsecretaria do Sistema Penitenciário, da Secretaria de Justiça e Cidadania, sob articulação da Superintendência da Região de Saúde Leste.

Em casos de emergência ou situações em horários não cobertos pela equipe de saúde, o presídio será responsável pelo transporte dos pacientes para hospitais de referência onde existem salas prisionais. São eles: o Hospital Regional da Asa Norte, o Hospital Regional do Paranoá e o Hospital de Base.

Visitas
Entre as medidas para evitar a extensão do surto para outros blocos do complexo penitenciário, para outros presídios ou para fora da Papuda, está a suspensão de visitas em alguns setores. Nesta semana, não serão permitidas as visitas de familiares aos internos das alas B e E do Bloco I do Centro de Detenção Provisória, que ocorrem às quartas-feiras.

Apesar de uma terceira ala do Bloco I, a C, também ter casos identificados da doença, ela não tem visitas programadas nos próximos dias. “No decorrer desta semana, novas medidas poderão ser tomadas caso haja evolução de casos e recomendação da área médica”, explica o coordenador-geral da Subsecretaria do Sistema Penitenciário, Richard Moreira.

O atendimento de oficiais de Justiça e de policiais em situação de oitiva também estão suspensos. Essa medida se estende a todo o Bloco I do CDP e não apenas às alas afetadas. A maior restrição se deve pelo contato direto desses profissionais com os presos. As visitas de advogados, porém, por não terem contato direto com os internos, não sofrerão alterações.

No Centro de Internamento e Reeducação, as visitas familiares a internos do Pátio 4 – Pavilhão S, que ocorrem às quartas-feiras, do Pátio 1 – Pavilhões H e L e do Pátio 3 – Pavilhões B e F, agendados às quintas-feiras, também estão suspensas. Atendimentos de oficiais de Justiça e de policiais em situação de oitiva aos internos dos pavilhões listados e do Pavilhão Disciplinar também estão interrompidos.

As visitas de advogados foram interrompidas para todos os internos do CIR. Segundo a Secretaria de Justiça e Cidadania, casos específicos serão levados à direção do estabelecimento.

“As medidas estão sendo tomadas pela área técnica. Os internos estão sendo vacinados e os doentes tratados”, explica Richard Moreira. “É importante que os familiares e a população entendam que a suspensão das visitas é protetiva para todos, pois é uma doença infecciosa”, complementa o coordenador-geral da Subsecretaria do Sistema Penitenciário.

“Tudo está sendo feito considerando a segurança sanitária e física, tanto da população interna quanto dos agentes e da população externa, que os visita”, reforça Carlos Zanetti, superintendente da Região de Saúde Leste.

Procedimentos
Além da vacinação e da suspensão de visitas, outras medidas de controle e prevenção estão sendo tomadas, segundo as secretarias. A recomendação é de que o Bloco I do CDP e alas atingidas do CIR sejam isolados por 10 dias, contados a partir do último caso identificado da doença. Internos sintomáticos não poderão circular fora dos centros por um período de 30 dias.

Todos os servidores da segurança lotados no Complexo Penitenciário da Papuda serão vacinados. A medida se estende a agentes de escoltas de todo o Sistema Penitenciário do DF.

Os detentos que chegam ao complexo, trazidos da Divisão de Controle e Custódia de Presos da Polícia Civil, passarão por acolhimento, triagem e, caso não se identifiquem sintomas, serão encaminhados para o CDP, excluindo o Bloco I, que não receberá novos detentos. Caso algum novo interno tenha a doença identificada na triagem, será encaminhado para as alas onde há o isolamento.

Ainda de acordo com as pastas, familiares, advogados e servidores devem ser instruídos sobre os sintomas da caxumba e o atendimento nas unidades de saúde do DF. Os agentes de segurança também deverão comunicar aos responsáveis no Complexo da Papuda caso haja indícios da doença neles ou em pessoas próximas.

Existe ainda um caso isolado da doença no Centro de Progressão Penitenciária, no Setor de Indústrias e Abastecimento, mas as pastas informam que o interno infectado não é egresso recente da Papuda. Não há casos em outros presídios do Distrito Federal.

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