Policiais civis são presos suspeitos de favorecer alvos da Falso Negativo
Os mandados foram cumpridos pela Corregedoria da Polícia Civil do DF, em conjunto com promotores de Justiça
atualizado
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O policial civil Mauro Cerqueira e o diretor da Divisão de Controle e Custódia de Presos (DCCP), Paulo Martins dos Santos, foram presos nesta segunda-feira (31/8) por supostamente favorecer um dos presos da Operação Falso Negativo. Os mandados foram cumpridos pela Corregedoria da Polícia Civil do DF, em conjunto com promotores de Justiça. Por meio de nota, a PCDF afirmou que “está apurando o caso administrativa e criminalmente.”
Os policiais assinaram um Termo Circunstanciado (TC) e se comprometeram a comparecer em juízo.
Um dos presos da Falso Negativo estaria recebendo visitas de familiares. Nesta terça-feira (1º/9), os alvos da Falso Negativo serão transferidos do Departamento de Polícia Especializada (DPE) para o Complexo Penitenciário da Papuda no chamado “bonde” — quando os detentos são transportados para o sistema prisional nas viaturas policiais. Eles cumprem prisão preventiva.
O Metrópoles apurou que todos os presos ficarão em celas do Presídio do Distrito Federal II (PDF II), em uma ala destinada a internos considerados vulneráveis, e que não podem ser misturados à massa carcerária. Atualmente, cinco alvos da operação do MPDFT dividem uma cela de 10 metros quadrados na carceragem do complexo da PCDF.
Corrupção na Saúde
A ação batizada de Falso Negativo, coordenada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), investiga irregularidades em dispensas de licitações direcionadas à aquisição de testes rápidos para o combate à Covid-19. A estimativa é de prejuízo de R$ 18 milhões aos cofres públicos.
Seis integrantes da cúpula da Secretaria de Saúde do DF, incluindo o chefe da pasta, Francisco Araújo, foram presos na última semana. O Governo do Distrito Federal (GDF) afastou dos cargos de chefia os sete alvos da operação.
Confira quem foi preso na 2ª fase da Operação Falso Negativo:
- Francisco Araújo, secretário de Saúde do DF;
- Ricardo Tavares Mendes, ex-secretário adjunto de Assistência à Saúde;
- Eduardo Hage Carmo, subsecretário de Vigilância à Saúde;
- Eduardo Seara Machado Pojo do Rego, secretário adjunto de Gestão em Saúde;
- Jorge Antônio Chamon Júnior, diretor do Laboratório Central (Lacen);
- Ramon Santana Lopes Azevedo, assessor especial da Secretaria de Saúde (todos foram afastados).
Apenas o mandado de prisão contra o secretário afastado de Administração Geral, da Secretaria de Saúde do DF, Iohan Andrade Struck, não foi cumprido. O advogado de Iohan, Alexandre Adjafre, disse que o cliente está com suspeita de Covid-19 e apresentou atestado de 10 dias do cliente. Hage foi solto por determinação na Justiça no fim de semana.