Policiais civis marcam paralisação de 24h para segunda-feira (17/10)

O Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol) convocou a categoria para que, na segunda-feira (17/10), cruze os braços. A partir das 8h, uma paralisação ocorrerá em todas as delegacias do Distrito Federal. Apenas flagrantes serão registrados. O funcionamento normal das 34 delegacias só será retomado na terça-feira, às 8h, após 24 horas de paralisação.

A decisão do Sinpol foi tomada no mesmo dia em que a diretoria da Polícia Civil ordenou que 11 delegacias que têm centrais de flagrantes voltassem a funcionar em tempo integral. A medida seguiu recomendação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) para que delegados e agentes da PCDF cedidos a outros órgãos retornassem aos quadros da corporação e prestassem o serviço de forma ininterrupta.

Questionado sobre a paralisação, Rodrigo Franco, presidente do Sinpol, voltou a reafirmar que não há pessoal suficiente para a reabertura das delegacias. “A Polícia Civil está querendo tirar servidores da investigação para colocar no plantão. Do que adianta mandar reabrir se não tem concurso, se não tem delegado nas delegacias?”, questionou.

Uma mensagem vem circulando nas redes sociais com críticas voltadas ao governador Rodrigo Rollemberg. “É preciso mostrar ao governador e ao diretor-geral da Polícia Civil do Distrito Federal, Eric Seba, que nós não aceitaremos trabalhar na ilegalidade, extrapolando a carga horária e em desvio e acúmulo de função, sem as equipes completas. Não aceitaremos mais sucumbir ao desrespeito e à desvalorização do nosso trabalho”, diz o comunicado.

Também na segunda, os policiais farão uma assembleia, às 14h, em frente ao Complexo da PCDF. Eles discutirão novas ações que deverão ser tomadas nos próximos dias para seguir pressionando o Governo do Distrito Federal em busca do aumento. Uma grande manifestação contra o diretor-geral Eric Seba também ocorrerá no mesmo local.

Procurado pela reportagem, o Sindicato dos Delegados (Sindepo) informou que a categoria não irá paralisar na segunda. No entanto, o presidente Rafael Sampaio fez questão de enfatizar que é “impossível trabalhar normalmente sem os demais policiais”. Já a diretoria da Polícia Civil não comentou a paralisação, até a última atualização desta matéria.

Operação Legalidade
Desde o dia 4 de julho, a Polícia Civil realiza a Operação Legalidade, que fez com que 100 delegados entregassem os cargos e 21 delegacias restringissem o horário de atendimento à população. O intuito com essas atitudes é pressionar o GDF para que dê o aumento pedido pela categoria – 37%, garantindo assim a isonomia com a Polícia Federal.

O movimento da próxima segunda (17) se somará a outros movimentos do funcionalismo local, que prometem discutir medidas de retaliação ao GDF. Tudo porque, nesta sexta (14), Rollemberg confirmou que não pagará a última parcela do reajuste a 32 categorias concedido ainda na gestão Agnelo Queiroz (PT). Os servidores públicos discutirão a possibilidade de fazer uma greve geral até o fim de outubro.