Policiais civis descartam greve, mas farão atos contra Rollemberg
Categoria não vai repetir a paralisação da semana passada, quando cruzou os braços por 72 horas. Justiça proibiu suspensão das atividades
atualizado
Compartilhar notícia
Em assembleia geral extraordinária realizada nesta segunda-feira (26/2), os policiais civis do Distrito Federal decidiram não paralisar as atividades novamente. Nesta semana, porém, vão realizar uma série de manifestações contra o governador Rodrigo Rollemberg (PSB).
Na semana que vem, há um novo encontro marcado com indicativo de greve. Entretanto, o dia não foi definido ainda.
Mesmo com ordem judicial determinando o fim da paralisação – sob pena de multa diária de R$ 100 mil ao sindicato da categoria –, as unidades da corporação atenderam a população de forma reduzida entre quarta-feira (21) e sábado (24). Por 72h, apenas ocorrências de crimes graves como homicídio, latrocínio e estupro foram registradas.
Nesta tarde, um coro de buzinas embalou a mobilização dos agentes em frente ao Palácio do Buriti. Uma faixa virada para o Eixo Monumental pedia para o condutor buzinar caso reprovasse a gestão de Rollemberg. Semelhante buzinaço foi realizado em frente ao Departamento de Polícia Especializada (DPE) na sexta-feira (23).
Além da reestruturação da Polícia Civil e a realização de concurso público, a categoria reivindica a manutenção da equiparação com a Polícia Federal, que garantiu aumento de 37%. As negociações com o Executivo local, no entanto, não avançam, segundo o Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol-DF).
A entidade pretende pedir a intermediação do Ministério Público nas negociações com o Palácio do Buriti.
De acordo com informação passada à categoria pelo presidente do Sinpol-DF, Rodrigo Franco, a entidade foi intimada da decisão que declarou ilegal o movimento de redução das atividades nas delegacias. Conforme disse ainda aos colegas, agora é hora de manter calma e, antes de fazer nova paralisação, apostar em ações de constrangimento do governador.
Vamos entrar com a defesa nesta semana e, enquanto isso, vamos lançar nossa estratégia, que é constranger Rollemberg. Vamos colocar o boneco [inflável, apelidado de Enrollemberg] e as faixas nas ruas
Rodrigo Franco, presidente do Sinpol-DF
Impasse entre governo e sindicatos
O movimento sindical contra o Executivo local está ganhando mais adeptos. Também nesta segunda-feira (26), os profissionais da assistência social deliberaram pelo início de greve por tempo indeterminado, a partir de sexta-feira (2/3).
Segundo o Sindicato dos Servidores da Assistência Social e Cultural do GDF (Sindsasc), a paralisação é motivada pelo descumprimento da lei de carreira, o que teria levado o Palácio do Buriti a pagar salário reduzido desde novembro de 2015. “Outra razão da greve é o concurso público, uma vez que a assistência social vive um colapso no DF, devido, principalmente, à falta de servidores”, esclareceu, em nota, a entidade.