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Policiais civis contestam dados sobre violência divulgados pelo GDF

Secretaria de Segurança diz que crimes contra vida e patrimônio tiveram redução em outubro. Para Sinpol, “recortes” favorecem o governo

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles
Pm baleado durante assalto em Ceilândia
1 de 1 Pm baleado durante assalto em Ceilândia - Foto: Michael Melo/Metrópoles

A guerra travada entre os policiais civis e a cúpula do Governo do DF chegou às estatísticas. Minutos depois de a Secretaria de Segurança Pública e da Paz Social divulgar, nesta quarta-feira (9/11), o balanço da criminalidade referente ao mês de outubro, com dados apontando queda nas ocorrências policiais, o sindicato da categoria (Sinpol) divulgou nota denunciando a manipulação dos números.

De acordo com a pasta, foram 50 homicídios em outubro contra 56 no mesmo mês de 2015. Até o mês do passado, no acumulado, foram 492 registros, sete a menos que no mesmo período de 2015 (499). Os latrocínios (roubo seguido de morte) também caíram, de seis em 2015 para três este ano. Os casos de lesão corporal seguida de morte foram zerados neste período. Em outubro de 2015, houve um caso do tipo.

Taxa de homicídio por grupo de 100 mil habitantes:

Reprodução/SSP

 

Para o Sinpol, entretanto, “houve recortes e divulgação de dados que favorecem o discurso de normalidade na área de segurança”. A instituição destaca que “os dados estão incompletos e não retratam a realidade vivida pelos brasilienses”.

O sindicato destaca, por exemplo, que os roubos a residência tiveram alta de 39% este ano (de 538 para 748) e os estupros chegaram a 575 em 2016, contra 509 no acumulado dos dez primeiros meses do ano passado. Alta de 13%. O Sinpol informou que nesta quinta (10) estará fazendo a divulgação dos dados na íntegra.

A secretária de Segurança, Márcia de Alencar,  informou que houve aumento de ocorrências em apenas dois tipos de crime: “Insistem em crescer os roubos em veiculo e em coletivo. Nós estamos intensificando as operações nas oito áreas criticas e temos um plano para reduzir cada vez mais as estatísticas”, disse.

Os ônibus foram alvos de 369 roubos em outubro, contra 278 em setembro. No acumulado do ano, 2.380 registros.

Reprodução/SSP-DF

 

Comparativo do roubo de veículos:

Reprodução/SSP-DF

 

Ela destacou ainda que o movimento dos policiais, com paralisações de 24 horas e 48 horas, “não teve muito impacto porque crimes violentos letais têm que ser obrigatoriamente registrados e quem não vai à delegacia num dia pode ir no outro”.

Dados oficiais
Pelo balanço divulgado pelo GDF, roubos a pedestres, que representam 74,8% do total dos delitos dessa natureza, também recuaram em 2016: de 2.720, em 2015, para 2.713, em 2016. Desde janeiro, ocorreram 3.482 roubos variados. Destes, o maior número de ocorrências está registrado em Ceilândia, seguido por Samambaia, Taguatinga e Plano Piloto.

Em nota, a Secretaria de Segurança lamentou a posição do Sinpol em relação aos números e destaca que o sindicato “deveria transmitir à sociedade o trabalho de seus associados para dar mais segurança à população” e lamentou que a instituição “tente manipular dados e construir estatísticas que tem como objetivo criar falsa sensação de insegurança numa clara inversão do seu papel social”.

Ainda de acordo com a pasta, por força de decreto, apenas a SSP-DF tem a competência para divulgar, integralmente, os dados oficiais das ocorrências criminais do Distrito Federal.

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