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Polícia tem novas provas na investigação sobre PM morto no Sudoeste

Além de um laudo psicológico, que reconstituiu os últimos momentos do militar, depoimentos de testemunha revelam que o sargento tinha as conversas nas redes sociais monitoradas pela mulher. Família pressiona por avanço nas investigações e nega que tenha sido suicídio

atualizado

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Arquivo pessoal
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Envolto em mistério e muitas dúvidas, o suposto suicídio cometido pelo sargento da Polícia Militar Daniel Quezado, em 26 de fevereiro deste ano, ganha novos contornos. Um laudo de “autopsia psicológica” produzido pelo Instituto Médico Legal (IML) descarta que o PM apresentasse tendência suicida. Além do documento que confronta a tese de suicídio, depoimento prestado por uma colega de trabalho da mulher do militar aponta para uma reviravolta no caso. Ela contou que a esposa do sargento teria pego o celular dele, levado para o IML, onde trabalha, e usado um computador da corporação para “espelhar” a tela do aparelho e, assim, acompanhar as conversas do marido em tempo real.

A família do militar, entretanto, questiona porque essas novas provas não são suficientes para mudar a linha de investigação da polícia. “Agir dessa forma e destruir provas que estavam no computador é uma conduta criminosa. Até hoje, não entendi o posicionamento da Polícia Civil, que não pediu a prisão da suspeita. E entendo menos ainda o motivo pelo qual o inquérito não foi relatado, já que tem seis meses que o Quezado morreu”, afirmou Luciano Martins, advogado que representa os parentes do militar.

Baseado em entrevistas com pessoas de círculo pessoal e análises comportamentais do sargento, o laudo de “autopsia psicológica” reconstruiu o estado mental do militar no dia da tragédia e a dinâmica de seus momentos finais. A autopsia psicológica investigou se o modo como a morte ocorreu é compatível com a personalidade da vítima.

O caso é tratado sob sigilo total pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil, já que Quezado era casado com uma agente lotada no IML. Apenas ela estava dentro do apartamento, no Sudoeste, quando o sargento caiu no chão da sala com um tiro no peito.

Arquivo pessoalDurante a apuração, os investigadores identificaram que no dia de sua morte, Quezado queria participar de uma festa de aniversário marcada para aquela noite. Ele chegou a ligar para a mulher e enviar mensagens. “Isso não demonstra o distanciamento e a solidão habituais que os suicidas buscam antes da morte”, destaca o laudo, voltado para o ponto de vista psiquiátrico-forense.

Ainda no dia em que morreu, o sargento estava empolgado com a organização de uma confraternização que ocorreria três dias após a data em que morreu. “Novamente, esse fato vai de encontro às características de suicidas em potencial. Quezado não possuía nenhum transtorno mental nem era envolvido com abuso de álcool e drogas que justificassem um suicídio impulsivo”, aponta o laudo, obtido com exclusividade pelo Metrópoles.

Reprodução

Monitoramento de WhatsApp
Já a servidora do IML contou, em depoimento, que a esposa do militar chegava a ir ao IML aos finais de semana para acompanhar as supostas conversas do PM pelo WhatsApp.

Reprodução

No mesmo depoimento, revelou que a mulher deletou o WhatsApp do marido do computador do IML depois que ela foi avisada que a conduta seria criminosa.

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Por meio de nota, a Divisão de Comunicação da Polícia Civil informou que o inquérito policial foi enviado à Justiça com pedido de devolução para a conclusão. “O seu teor não será revelado no momento porque está sob sigilo e a cargo da Corregedoria Geral de Polícia. Todos os laudos já foram concluídos”, afirmou a nota da corporação. A reportagem procurou o advogado da viúva do sargento Quezado, mas ele não foi localizado.

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