Polícia procura por chefe de clã cigano que estuprou, empalou e matou
Valdeli Alves da Silva, 52 anos, está foragido e usava os próprios filhos na execução de homicídios e outros crimes bárbaros
atualizado
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A Polícia Civil do Distrito Federal procura pelo líder de um clã cigano acusado de ordenar uma onda de crimes bárbaros ocorrida no DF e em Goiás. Algumas pessoas eram empaladas, mutiladas e estupradas antes de morrer. Valdeli Alves da Silva, 52 anos (foto em destaque), usava os próprios filhos na execução dos homicídios.
Ele é pai dos dois homens que roubaram e deceparam os dedos de um idoso de 88 anos em 28 de outubro de 2016. Euclides Vieira dos Santos vivia sozinho em uma chácara de Planaltina. Segundo os investigadores, ele foi agredido pela dupla, que entrou em sua residência atrás de objetos de valor. Com um facão, um deles tentou cortar o pescoço do senhor que, ao se proteger com as mãos, perdeu três dedos da mão direita e dois da esquerda.
O rastro de morte deixado por eles começou em setembro de 2013, quando cinco pessoas de uma mesma família foram assassinadas de forma brutal em um bairro de Anápolis (GO). Antes, elas tiveram as orelhas decepadas com uma faca e foram obrigadas a comê-las, como constatou perícia realizada em um dos corpos.
O caso chocou a polícia local e deu origem à Operação Gitanos, onde o clã cigano da linhagem “Rom” passou a ser observado. O Grupo de Investigação de Homicídios (GIH) de Anápolis concluiu a apuração sobre chacina no mesmo mês do crime.O trabalho foi presidido pela delegada Marisleide Santos. “Dias após a chacina, os autores fugiram para Padre Bernardo (GO), onde voltaram a cometer roubos e estupros. O fato de pertencerem a uma perigosa quadrilha de ciganos e utilizarem diversos nomes e apelidos dificultou a identificação”, disse.
Estupro e suicídio
Antes de serem presos no Distrito Federal, em 26 de março deste ano, os dois filhos do chefe cigano, Derli da Silva Moura, o Cigano Ló, 32 anos, e Maicon Alves da Silva, com idade estimada em cerca de 20 anos, participaram do estupro de uma criança de 6 anos, em Caldas Novas (GO). A vítima foi violentada na frente do próprio pai. Dias após o crime, o homem cometeu suicídio. Outra prática comum dos criminosos era roubar mulheres e, em seguida, estuprá-las.
Valdeli Alves da Silva, que está foragido, e os dois filhos, presos no Complexo Penitenciário da Papuda, ostentam uma longa ficha criminal. Os três são acusados de latrocínio consumado, tentativa de latrocínio, homicídio, roubo qualificado, estupro e posse ilegal de arma de fogo.
A colaboração entre as polícias do DF e de Goiás continua para a comprovação de mais delitos. “Criamos um banco de dados com digitais e material genético. Assim, essas informações podem esclarecer outros casos em que eles sejam suspeitos”, afirmou o delegado adjunto da 16ª DP (Planaltina), Luiz Gustavo Neiva.
Vítima empalada
Um ano após decepar os dedos do idoso durante o roubo, os ciganos voltaram a atacar. Dessa vez, no Núcleo Rural Sarandy, Planaltina, em 30 de outubro do ano passado. De forma brutal, o caseiro Gerson de Sá Farias foi espancado, esfaqueado e empalado.
Quando o cadáver foi encontrado, o caseiro ainda tinha duas facas encravadas no corpo, uma na boca e outra no peito. Uma das lâminas atravessou a garganta de Gerson, o empalando. O latrocínio, de acordo com as investigações, foi cometido por motivo torpe. Foram levados equipamentos eletrônicos, como uma televisão, além da motocicleta da vítima, abandonada nas proximidades da chácara.
Depois dos crimes praticados no DF, o grupo de ciganos comandado por Valdeli desapareceu. Investigações apontam que o suspeito estaria escondido no Entorno do DF. “Temos dois mandados de prisão contra ele e vamos cumpri-los. Além de no Distrito Federal, Valdeli é procurado pela polícia goiana. Há outros dois mandados de prisão, um deles por estupro”, explicou o delegado.