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Para a polícia, morte de Ana Íris é caso típico de “predador sexual”

Segundo o delegado Leandro Ritt, “todo homicídio tem uma motivação e, nesse caso, acreditamos que foi sexual”

atualizado

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Daniel Ferreira/Metrópoles
ana íris
1 de 1 ana íris - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

A Polícia Civil não descarta motivação sexual no caso do assassinato da menina Ana Íris Mendes dos Santos, 12 anos. Ela foi morta pelo primo, um adolescente de 16 anos. Segundo o delegado da Divisão de Repressão a Sequestros (DRS), Leandro Ritt, “todo homicídio tem uma motivação e, nesse caso, acreditamos que foi sexual”. Para o policial, trata-se de um típico caso de “predador sexual, que atrai a vítima, violenta e depois mata”.

O adolescente confessou que matou a garota no mesmo dia em que ela sumiu, 10/9, ao sair de casa, em Samambaia. Conforme divulgou com exclusividade o Metrópoles, ele negou que tenha violentado a menina e disse ter sentido uma “vontade de matar”. Embora tenha sido encontrada vestida, a menina estava sem calcinha.

A polícia aguarda os resultados dos exames feitos no corpo de Ana Íris para confirmar se houve ou não violência sexual. Os laudos também podem indicar se o assassino agiu sozinho ou teve a ajuda de um comparsa.

De acordo com Rit, o rapaz frequentava a casa da família da garota e não há registros de que os dois tenham tido qualquer tipo de envolvimento amoroso. “Ela era uma criança. Brincava com bonecas. Tinha um comportamento infantil”, explicou o policial nesta quarta-feira (27/9), durante entrevista para dar detalhes do crime. O delegado não descarta, entretanto, que o jovem assassino tenha problemas mentais. “Isso tudo será averiguado.”

Ian Ferraz/Metrópoles
Delegado Leandro Ritt

 

Ainda de acordo com o policial, o primo disse que enquanto estrangulava Ana Íris, a menina gritava para ele não matá-la. A distância do barraco onde o suspeito morava para o local do crime é de apenas 150 metros, segundo o delegado.

Internação
O menor está internado no Hospital Regional de Taguatinga (HRT), porque havia desde terça a suspeita de que ele fosse o assassino. Por isso, chegou a ser agredido por vizinhos que o viram saindo do matagal onde o corpo da menina foi encontrado. A previsão é de que ele seja transferido ainda nesta quarta para o Hospital de Base do DF (HBDF).

A Delegacia da Criança e do Adolescente vai pedir a internação do infrator. Deve ficar 45 dias internado até a divulgação da sentença. Com 16 anos, ele ficará cumprindo medida socioeducativa no máximo até os 19 anos.

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O corpo foi encontrado em estado avançado de decomposição
Menina desapareceu em 10 de setembro, ao sair de casa
A família busca dar apoio a Gracinha
O desejo de todos é que seja feita justiça
Ana Íris tinha 12 anos
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Família não se conforma com a morte da menina

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O corpo foi encontrado em estado avançado de decomposição

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Menina desapareceu em 10 de setembro, ao sair de casa

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A família busca dar apoio a Gracinha

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O desejo de todos é que seja feita justiça

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Ana Íris tinha 12 anos

Arquivo pessoal

 

A família de Ana Íris ficou chocada ao saber que ela foi morta pelo primo adolescente. “Ele é um monstro. Não tem mais o que dizer”, desabafou Cleunice dos Santos, tia da menina. “É um absurdo a maldade do ser humano. Que triste saber tudo isso. Ela era uma criança muito amável e meiga e não merecia morrer desta forma”, completou Valdonira de Jesus, amiga da família.

Três pessoas foram detidas e levadas à delegacia após agredirem o primo de Ana, na tarde desta terça. À polícia, o trio alegou que viu o jovem saindo do matagal onde o corpo da criança foi encontrado. Por isso, desconfiaram que ele pudesse estar envolvido na morte da menina. Além de apanhar, o adolescente levou uma facada.

Agressores
A 26ª Delegacia de Polícia, em Samambaia, investiga a tentativa de linchamento do menor infrator. Dois maiores de idade e um adolescente foram detidos após golpearem o suspeito de matar Ana Íris utilizando um facão e barras de ferro.

No depoimento à polícia, o carroceiro M.A.B.V., um dos envolvidos, disse ter avistado o suspeito nas proximidades do Morro do Sabão no dia que é apontado como o do crime, em 12 de setembro.

M.A.B.V. esteve no local para procurar uma das éguas que utiliza para trabalhar quando encontrou, por volta das 5h, o menor voltando do local. Ao questionar se ele tinha visto o animal, o mesmo apressou o passo e desviou o olhar, aparentando estar assustado.

O carroceiro estranhou a ação do menor infrator porque, segundo ele, o mesmo “não rouba nem é usuário de drogas” e não teria motivos para estar no Morro do Sabão naquele horário.

Dias depois, o carroceiro viu o aviso do desaparecimento de Ana Íris e ligou os fatos. Foi então que, na terça-feira (26), ele e outras pessoas descobriram que o suspeito encontrava-se em um barraco. O mesmo foi encontrado debaixo de uma cama e retirado dela. Em seguida, M.A.B.V. e os outros dois homens passaram a agredir o suspeito de matar Ana Íris.

O adolescente escapou da casa e correu pelas ruas. O trio alcançou o jovem e continuou a agredi-lo, momento em que policiais civis que passavam em uma viatura intervieram, detendo todos os envolvidos.

M.A.B.V. será indiciado por tentativa de homicídio e permanecerá detido nos próximos dias. O menor de idade envolvido na agressão foi encaminhado à Delegacia da Criança e do Adolescente e responderá por ato infracional análogo à tentativa de homicídio.

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