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PCDF investiga se servidor facilitou fuga de presos na Papuda

Policiais penais que estavam de plantão durante evasão serão ouvidos formalmente, assim como os detidos que permaneceram no local

atualizado

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Gláucio Dettmar/ag.CN
papuda abre
1 de 1 papuda abre - Foto: Gláucio Dettmar/ag.CN

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga se houve a participação de servidor público na fuga registrada durante a madrugada de terça-feira (28/01/2020) no Complexo Penitenciário da Papuda.

Três detentos fugiram da prisão após cavarem um buraco na parede da ala onde estavam. Todos permanecem foragidos. O inquérito é conduzido pela 30ª Delegacia de Polícia (São Sebastião).

Os policiais penais que estavam de plantão no dia da fuga ainda serão ouvidos formalmente pela PCDF, assim como os presos que permaneceram na cela após o trio fugir. A Subsecretaria do Sistema Penitenciário do Distrito Federal (Sesipe) também verifica o fato, mas no âmbito administrativo.

“Vamos apurar se houve dolo nas condutas dos policiais. A investigação é um procedimento comum quando ocorre essa situação. No entanto, até o momento, não há indícios de participação de agentes”, pontuou o subsecretário Adval Cardoso de Matos.

Matos explicou ao Metrópoles que ainda não se sabe qual foi o objeto utilizado pelos criminosos para abrir o buraco na parede, acima da porta da cela. “É provável que tenham usado algum instrumento de metal, uma vez que abriram o buraco em um curto período de tempo. Os três cavaram simultaneamente, saíram na lage, caminharam sobre o telhado e pularam os muros”, detalhou o subsecretário.

Força-tarefa

A Secretaria de Segurança Pública montou uma força-tarefa para tentar localizar os foragidos. Além do efetivo da Sesipe, policiais civis e militares auxiliam nas buscas. Há suspeita de que os presos tenham contado com auxílio externo após a fuga.

Um reforço na segurança do próprio complexo também foi feito. Além de uma reforma na estrutura, a Sesipe vai instalar novas câmeras de vigilância no complexo.

A juíza da Vara de Execuções Penais do DF, Leila Cury, também decidiu interditar o Bloco I da Ala A do CDP. A medida foi tomada depois de constatada a fragilidade da construção, cuja estrutura arquitetônica foi erguida ainda na década de 1960 e é a mais antiga do DF.

Segundo informações do Núcleo de Inteligência do CDP, após a fuga de André Cândido Aparecido da Silva, Carlos Augusto Mota de Oliveira e Roberto Barbosa dos Santos — presos provisórios que ocupavam a cela 15 — outros detentos também demonstraram intenção de escapar do presídio, o que levou à adoção de novas medidas de segurança.

“Entendo necessária a retirada dos presos daquela ala para que a administração penitenciária providencie os devidos reparos e com a devida urgência, sobretudo para evitar a ocorrência de novas evasões”, destacou a magistrada.

Reprodução
Buraco por onde os presos escaparam

Ainda sobre as medidas cabíveis, a juíza prossegue: “Considerando que não há possibilidade alguma de os internos permanecerem na ala interditada, sob pena de inviabilizar a realização da obra, autorizo o remanejamento deles para os demais blocos da unidade prisional, desde que sejam respeitadas as características processuais e pessoais de cada um”.

A decisão de Leila Cury foi tomada com base no artigo 66 da Lei de Execuções Penais, que permite a autoridade judicial “interditar, no todo ou em parte, estabelecimento penal que estiver funcionando em condições inadequadas ou com infringência os dispositivos da lei”.

Agora, a Sesipe tem 120 dias para apresentar à VEP plano detalhado das obras de recuperação da ala interditada.

As alas B e D do mesmo Bloco I do CDP já foram interditadas em outras ocasiões para realização de reformas e pelos mesmos motivos. Conforme o Metrópoles mostrou, em primeira mão, os presos cavaram um buraco acima da porta e saíram pelo telhado. Eles pularam dois muros antes de ganharem as ruas. O trio ainda não foi localizado.

Reprodução
Presos que fugiram na madrugada da última terça-feira

A penúltima fuga registrada no complexo ocorreu em 21 de fevereiro de 2016, quando 10 detentos da Penitenciária do Distrito Federal 1 (PDF 1) escaparam durante chamada nominal feita por agentes, ato conhecido como “confere”. O local abriga presos que cumprem pena em regime fechado.

Denuncie

Qualquer informação para ajudar as operações de captura dos foragidos dessa terça-feira (28/01/2020) pode ser passada por meio dos telefones (61) 3234-4486, 197 e 190.

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