Polícia intensifica investigação para chegar ao assassino de Ana Íris
A menina estava desaparecida há 16 dias, até ser encontrada na terça-feira (26/9), em estado de decomposição, em local ermo de Samambaia
atualizado
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A Divisão de Repressão a Sequestros (DRS) da Polícia Civil trata como prioridade a elucidação da morte de Ana Íris Mendes dos Santos, 12 anos. A menina estava desaparecida há 16 dias, até ser encontrada, na terça-feira (26/9), em estado de decomposição em um matagal próximo do acesso ao Morro do Sabão, em Samambaia. Desde ontem, investigadores ouvem parentes da garota, amigos e testemunhas que podem levar ao autor do homicídio.
Como se trata de um local ermo, sem câmeras de vigilância nas proximidades, os policiais utilizam outras ferramentas de investigação para tentar chegar a possíveis suspeitos. De acordo com uma fonte ouvida pelo Metrópoles, a principal pergunta que os agentes fazem é se alguém teria motivo para matar a menina, querida pela família e por pessoas que moravam próximo a ela.
Uma das linhas de apuração, que depende da realização de exames, é se houve violência sexual. Peritos do Instituto de Criminalística (IC) estiveram no local onde o corpo foi encontrado. Detalhes do laudo ajudarão os policiais a direcionarem a linha de investigação.A menina estava desaparecida desde 10 de setembro, um domingo. Foi vista pela última vez perto de casa, na QR 829 de Samambaia. O local em que o corpo foi encontrado fica próximo da quadra onde ela morava.
Primo levou facada
Em meio à comoção, três pessoas foram detidas e levadas à delegacia após agredirem um rapaz de 16 anos, primo de Ana, na tarde de hoje. À polícia, o trio alegou que viu o jovem saindo do matagal onde o corpo da criança foi encontrado.
Por isso, desconfiaram que ele pudesse estar envolvido na morte da menina. Além de apanhar, o adolescente levou uma facada e precisou ser hospitalizado.
Um agente ligado à investigação contou ao Metrópoles que o primo de Ana é ajudante de pedreiro e, no dia do desaparecimento, trabalhava em uma obra. As informações foram apuradas pela polícia, que não considera o adolescente suspeito.
Família em choque
Os familiares e amigos, que estavam em choque com o crime, contaram que Ana Íris era uma menina calma, ia para a escola à tarde, e ficava na Casa Azul (instituição onde ficam crianças enquanto os pais trabalham) pela manhã. “Era meiga, doce, não namorava. Gostava de jogar bola, brincar de bicicleta na pracinha”, disse a tia.
Ela morava com quatro irmãos mais novos, mãe e padrasto. “Há uma semana, o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar vieram aqui com cães e vasculharam bem próximo onde o corpo foi encontrado, mas não acharam nada”, contou Cleonice.
O corpo foi descoberto por crianças que caçavam passarinhos. De acordo com os familiares, ele estava com as mesmas roupas que Ana Íris usava no dia em que desapareceu.
Segundo um dos parentes, o cadáver já está em avançado estado de decomposição. “É uma pena. Reconheceram a mesma blusa azul e a bermuda cinza que ela usava. A família está inconsolável”, disse Fábio Wanbaster, sobrinho do padrasto da menina.
Moradores da região denunciam que o local é “esquecido” pela polícia. “A gente não tem segurança aqui. A polícia não vem, somos esquecidos, isolados”, afirmou a dona de casa Lindalva de Sousa, 59 anos. “Os bandidos são os reis dessa área”, completou.