Polícia Civil prende suspeitos de assassinar jovem em festa na UnB
O suposto autor dos disparos chegou a fugir da viatura e correr pela Asa Sul, mas logo foi capturado pelos agentes
atualizado
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Investigadores da 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte) prenderam, na noite desta sexta-feira (2/11), em endereços do Guará e da Asa Sul, quatro suspeitos de participação na morte de Renan Rafael da Silva Barbosa, 19 anos. O rapaz teria levado ao menos quatro tiros, inclusive no rosto, após uma festa realizada no estacionamento da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UnB).
O suposto autor dos disparos, Daniel Cordeiro de Melo, de 19 anos, chegou a fugir da viatura e correr pela Asa Sul, mas logo foi capturado. Segundo a polícia, além dele, Guilherme Fagundes dos Santos, 19, Willian Victor Coelho Araújo, 22, e Giovani Paiva, 20, confessaram que participaram do crime e vão responder por homicídio doloso.
Os suspeitos aparecem em imagens gravadas por testemunhas dando chutes na cabeça do jovem morto e também teriam dado apoio na fuga. Desde a manhã, a DP comandada pelo delegado-chefe, Laércio Rossetto, estava no encalço dos suspeitos.
“Eles tiveram uma discussão durante a festa e o autor foi em casa buscar a arma. Ele voltou e desferiu os disparos”, contou o delegado adjunto, Bruno Cordilho ao Metrópoles. A polícia ainda procura a arma do crime e investiga os motivos do assassinato.
Veja imagens que mostram a sequência do crime:
Na madrugada deste sábado (3/11), a polícia encontrou a suposta arma utilizada para matar Renan, um revólver 38. Uma pistola também foi apreendida no local.
“A arma foi a última coisa que os policiais conseguiram encontrar, numa casa que eles frequentavam. Vamos ter que esperar a balística, mas tudo indica que é. É uma arma típica de execução, com numeração raspada”, explicou o delegado-chefe.
Festa na Faculdade de Direito
De acordo com a UnB, a festa na Faculdade de Direito foi autorizada e ocorreu por conta do encerramento da XXII Semana Jurídica. No entanto, o evento teria sido encerrado, nas dependências físicas da instituição, à meia-noite, mas algumas pessoas continuaram no estacionamento, sem que houvesse autorização para isso.
A universidade afirmou que está acompanhando as investigações e fornecendo material das câmeras de segurança. De acordo com a instituição, foram instalados 350 equipamentos de monitoramento nos quatro campi e mudado o esquema de ronda a fim de aumentar a segurança na universidade. “Há, entretanto, desafios adicionais, uma vez que o campus Darcy Ribeiro é aberto, integrado à Asa Norte.”
Outro crime
Em 23 de junho, o corpo de universitário Jiwago Henrique de Jesus Miranda, 33, foi encontrado próximo a casas e apartamentos onde moram alunos e professores da UnB. Preso dois meses depois pelo assassinato, Mateus Rosa dos Santos, 19 anos, disse que matou a vítima com golpes de telha e concreto, perto da Colina, na Asa Norte, devido a uma dívida de R$ 300 referente à venda de drogas.
Horas antes do crime, uma das câmeras do campus filmou o estudante de filosofia ainda com vida. Na semana anterior, ele havia aparecido na universidade com um olho roxo e disse a professores e colegas ter se envolvido em uma briga, mas sem dar detalhes do atrito.
O acusado disse que, após levar Jiwago para o matagal, deu quatro golpes na cabeça do estudante. A vítima tentou escapar, mas Mateus e um adolescente puxaram o universitário pelas pernas e bateram nele com um pedaço de concreto.
Matriculado no curso de filosofia, Jiwago era membro da comunidade acadêmica havia nove anos, mas vivia em situação de rua há, pelo menos, dois anos. Durante o dia, frequentava as aulas. À noite, dormia em cantos escondidos da universidade. O rapaz despertava atenção dos colegas por ser gentil e educado. Mas, nos últimos meses, não parecia bem e se mostrava hostil com quem se aproximava.