Polícia Civil identifica sequestradora do bebê levado do Hran
Investigadores fazem buscas em dois endereços, no Guará e em Unaí (MG), e podem prender a suspeita do crime a qualquer momento
atualizado
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A Polícia Civil do Distrito Federal está em busca de uma mulher de 25 anos, moradora do Guará. Nascida em 20/8/1991, G.O.A. seria a principal suspeita de ter sequestrado, na tarde desta terça-feira (6/6), uma criança recém-nascida no Hospital Regional da Asa Norte (Hran). Os investigadores fazem diligências em dois endereços atrás da mulher. Além do Guará, eles monitoram a família da suspeita, no município de Unaí (MG).
O Metrópoles não vai revelar a identidade da suposta sequestradora para preservar a integridade física do bebê, que ainda está em seu poder. O menino tem apenas 12 dias de vida. Na sua página em uma rede social, G.O.A postou foto dela e de um rapaz, em 6 de novembro de 2016, dizendo que o casal teria o “primeiro pimpolho”. Na imagem, a mulher estava com as mãos na barriga, mas não informava quanto tempo tinha de gestação nem quando nasceria a criança. A postagem completa nove meses em agosto.
Veja imagens da suspeita nas redes sociais:
Segundo o conselheiro tutelar que acompanha o caso, Djalma Nascimento, o pai estava na residência da família, no Setor de Chácaras Santa Luzia, na Estrutural. “O pai estava em casa capinando o terreno para receber a criança. A mãe e o bebê teriam alta nesta quarta-feira”, disse. Ele ainda contou que a mãe viu uma mulher entrar com uma bolsa no quarto. “Depois o bebê e a bolsa desapareceram”, resumiu.
A hipótese mais provável é de que a sequestradora tenha colocado a criança dentro da bolsa para sair do hospital, burlando a segurança da unidade. Nenhuma das seis câmeras de segurança instaladas no alojamento conjunto do 2º andar do Hran, onde mãe e filho estavam, registrou as cenas: o processo de contratação de empresa especializada no serviço foi suspenso pelo Tribunal de Contas do DF. A ausência do monitoramento eletrônico contraria a Lei Distrital nº 4.635/2011, de iniciativa do distrital Wellington Luiz (PMDB).
A norma determina que todas as unidades de terapia intensiva neonatal, os berçários e as maternidades das redes pública e particular de saúde do DF sejam “monitoradas permanentemente por equipamentos de áudio e vídeo”. O objetivo da lei era justamente coibir casos de rapto de crianças, como já tinha acontecido em Brasília em 1986 (leia abaixo).
A apuração do rapto dessa terça-feira está sob a responsabilidade da Delegacia de Repressão a Sequestro (DRS), que faz as diligências atrás da suspeita. Além dos pais da criança, os investigadores também colheram depoimento de testemunhas para chegar à identidade de G.O.A. e a seus endereços.
Caso Pedrinho
O caso registrado no Hran é parecido com o de Pedro Júnior Rosalino Braule Pinto, Pedrinho, que foi sequestrado em 1986 na maternidade do Hospital Santa Lúcia, na Asa Sul. Levado para Goiânia, ele viveu 16 anos como filho de Vilma Martins Costa, com o nome de Osvaldo Martins Borges.
Simulando uma gravidez, Vilma sequestrou a criança para forçar o então companheiro, também Osvaldo Martins Borges, a se casar com ela. Ela acabou conseguindo seu objetivo. Ao ver a mulher supostamente grávida, Osvaldo deixou a família e criou Pedrinho com Vilma como se fosse seu filho legítimo.
Em 2002, os pais biológicos, que moram em Brasília, encontraram o menino. Ele se mudou para Brasília, mas nunca perdeu contato com Vilma, que chegou a ser condenada e cumprir pena em regime fechado. O caso inspirou o sucesso televisivo Senhora do Destino.
Pedrinho virou advogado, casou-se, tem filho e mora na capital do país. Atualmente, compõe a banca de defesa do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG). Quinze anos depois de o rapaz ser encontrado, outro episódio semelhante, desta vez, no Hran.
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