Polícia Civil faz megaoperação para prender gangues em São Sebastião
Os alvos são dois grupos criminosos rivais dos setores Morrinho e Matinho, em São Sebastião. Também são cumpridos 26 mandados de busca e apreensão e condução coercitiva de menores infratores
atualizado
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Equipes da Polícia Civil percorreram as ruas de São Sebastião desde as primeiras horas desta quinta-feira (21/7) para cumprir cerca de 22 mandados de prisão. A ação teve como objetivo prender integrantes de gangues da região e é coordenada pela 30ª Delegacia de Polícia.
Os alvos são dois grupos criminosos rivais dos setores Morrinho e Matinho. A rivalidade entre as duas gangues já resultou em 16 mortes na região apenas neste ano. Durante as investigações, foram identificados 12 integrantes da Gangue do Morrinho e 16 da Gangue da Matinha, além de diversos adolescentes que participariam dos grupos.Os criminosos presos na operação também têm envolvimento com roubos e furtos em residências e comércios, roubo e receptação de veículos, porte ilegal de armas de fogo, corrupção de menores e tráfico de drogas.
Além das prisões, a polícia cumpriu 26 mandados de busca e apreensão e condução coercitiva de menores infratores. A operação, batizada de M2 (em referência aos bairros Morrinho e Matinho), mobilizou 250 policiais do Departamento de Polícia Circunscricional (DPC) , Departamento de Atividades Especiais e Departamento de Polícia Especializada (DPE).
Os presos serão autuados por organização criminosa armada e com participação de adolescentes para a prática de crimes hediondos, cuja pena é reclusão de três a nove anos. A punição deve ser maior, dependendo das condenações de cada investigado.
Eles não disputavam território para tráfico. Existia uma rivalidade entre bairros. O objetivo era matar o maior número de pessoas da gangue rival. A ousadia era tão grande que cometiam os homicídios na frente dos familiares das vítimas.
delegado Érito Cunha
O titular da 30ªDP também ressaltou que as armas usadas nos homicídios eram compradas com o dinheiro do tráfico. No entanto, as práticas criminosas não garantiam aos integrantes uma vida confortável.
“Ganhavam pouco dinheiro, são de famílias humildes, moram em casas simples. A motivação deles era mesmo matar. Eles se sentiam poderosos”, completou. A operação deflagrada nesta quinta é resultado de nove meses de investigação. Em 2014, uma ação semelhante levou 50 bandidos para a cadeia. De acordo com Érito Cunha, na época, o índice de homicídios caiu em 50%.
A operação ocorre em um momento delicado para a Polícia Civil. Os agentes participam de paralisação, chamada de PCDF Legal, que diminui o ritmo de trabalho. Os servidores reivindicam melhores condições para a carreira.