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Grilagem: bando distribuía boletos para vítimas de extorsão

Operação é desdobramento da Grito da Terra, deflagrada em abril. Na ocasião, foi preso um dos maiores invasores de áreas públicas da capital

atualizado

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PCDF/Reprodução
boleto
1 de 1 boleto - Foto: PCDF/Reprodução

A Delegacia Especial de Proteção ao Meio Ambiente e à Ordem Urbanística (Dema) da Polícia Civil deflagrou, na manhã desta segunda-feira (20/05/2019), uma nova fase da Operação Grito da Terra. A ação dá sequência à investida da última sexta-feira (17/05/2019), quando sete pessoas foram presas. Um homem está foragido.

De acordo com a polícia, o grupo era tão articulado que chegava a emitir boletos de pagamento para ter o controle das vítimas que pagavam as mensalidades. Os criminosos diziam que os valores eram taxas correspondentes a cada lote ocupado em um assentamento de São Sebastião.

A primeira fase da operação ocorreu em abril deste ano. Na ocasião, o homem considerado pela Polícia Civil como um dos maiores invasores de terras públicas do Distrito Federal foi preso em São Sebastião. Alexandre Luiz Xavier de Almeida (foto principal), 49 anos, é apontado como líder da quadrilha investigada pela PCDF e considerado “um criminoso de altíssima periculosidade”.

Além de Alexandre, outros quatro integrantes da associação criminosa foram presos no fim de abril. O líder do grupo responde por homicídio, tráfico de drogas e roubo nos estados de Minas Gerais e Goiás.

5 imagens
Membros do bando irão cumprir penas altas, entre 5 e 24 anos de prisão
Alexandre é apontado como líder da quadrilha e foi condenado a 24 anos de prisão
Imagens aéreas do assentamento em São Sebastião
A quadrilha agia no assentamento Grito da Terra Aguilhada, localizado na região do Pinheiral, em São Sebastião
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Todos os integrantes da associação criminosa foram condenados pela Justiça

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Membros do bando irão cumprir penas altas, entre 5 e 24 anos de prisão

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Alexandre é apontado como líder da quadrilha e foi condenado a 24 anos de prisão

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Imagens aéreas do assentamento em São Sebastião

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A quadrilha agia no assentamento Grito da Terra Aguilhada, localizado na região do Pinheiral, em São Sebastião

Após a primeira fase da operação, as vítimas da quadrilha procuraram a delegacia. Segundo elas, com a prisão de Alexandre, outros integrantes do grupo assumiram a liderança, retornaram ao Assentamento Grito da Terra Aguilhada, localizado na região do Pinheiral, em São Sebastião, intensificando as extorsões e ameaças.

“Os criminosos atuavam de maneira semelhante à de milícias, com uso ostensivo de armas e construções de barricadas nas entradas do assentamento para que permanecessem ali apenas daqueles que aceitavam as regras por eles impostas e efetuavam os pagamentos exigidos como uma espécie de “mensalidade” pelos lotes”, explicou a delegada-chefe-adjunta da Dema, Mariana Araújo Almeida.

Ainda de acordo com a Dema, todos os investigados são de alta periculosidade e já se tornaram réus pelos crimes de parcelamento irregular do solo, dano ambiental, extorsão majorada continuada, coação no curso do processo, corrupção de menores e associação criminosa armada.

No Distrito Federal, o grupo é investigado por envolvimento em roubos. Os criminosos também são  suspeitos de praticar crimes nos Estados de Goiás e Minas Gerais, onde estão envolvidos em um homicídio.

Memória
O grupo liderado por Alexandre Luiz Xavier de Almeida atuava principalmente em São Sebastião. Os acusados extorquiam os moradores da região do Pinheiral, sob o argumento de que as terras, que são públicas e localizadas na Área de Proteção Ambiental do Rio São Bartolomeu, lhes pertenciam.

De acordo com a delegada Mariana Araújo Almeida, trata-se de um acampamento vinculado a alguns movimentos de luta pela reforma agrária. “Os suspeitos se diziam líderes, tomavam frente da situação e expulsavam as pessoas do local”, disse.

“Eles não atuavam com a venda de lotes, mas no assentamento de grupos relacionados a eles e depois passavam a extorquir pessoas ao cobrar taxas aleatórias para que os moradores pudessem permanecer ali”, acrescentou a delegada.

As investigações apontam que cerca de 200 pessoas ocupavam a área e as taxas mensais variavam de R$ 50 a R$ 100. A delegada Fernanda Lopes, da Dema, responsável por conduzir as investigações, explicou que a maior parte dos componentes do grupo tem diversas passagens por outros crimes.

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