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Armas alugadas por ex-militar eram pagas com celulares roubados no DF

De acordo com suspeita da PCDF, Pedro Henrique Freire de Santana conseguia armamento com colegas de farda que até hoje estão em serviço

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operação paiol, pedro henrique santana
1 de 1 operação paiol, pedro henrique santana - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Cerca de 200 policiais civis foram às ruas de Samambaia e Ceilândia, na manhã desta quarta-feira (7/3), a fim de desarticular quadrilha que vendia armas para criminosos no Distrito Federal. Foram cumpridos 32 mandados de prisão, busca e apreensão e condução coercitiva.

Conforme apontam as apurações, os armamentos eram distribuídos para homicidas, assaltantes e integrantes de organizações criminosas da cidade.

O principal alvo da operação foi o ex-militar do Exército Brasileiro e ex-policial militar de Goiás Pedro Henrique Freire de Santana (foto de destaque). De acordo com a PCDF, a suspeita é de que ele conseguia armas e munição das duas instituições com colegas de farda, até hoje em serviço, e as revendia ou alugava para bandidos.

O esquema era alimentado por cerca de 30 pessoas e cada munição, dependendo do calibre, chegava a ser vendida por R$ 10.

As investigações começaram há quatro meses, após um assalto com reféns em uma casa de Ceilândia. Na ocasião, a polícia identificou que armas de uso exclusivo do Exército foram utilizadas.

Santana e outros integrantes do grupo foram presos. Segundo o delegado Victor Dan, titular da 23ª Delegacia de Polícia (P Sul/Ceilândia), o grupo também era dono de uma barbearia, uma distribuidora de bebidas e uma loja de celulares, locais usados para esconder as armas e intermediar as vendas.

No caso das lojas de aparelhos telefônicos, muitas vezes revólveres e pistolas eram pagos com celulares roubados, principalmente por menores.

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Quando foi preso em Samambaia, Pedro estava com uma dinamite
Pelo menos 16 pessoas foram presas
Conforme apontam as investigações, barbearia, distribuidora de bebidas e loja de celulares eram usadas para camuflar o negócio
Cerca de 200 policiais participaram da megaoperação
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De acordo com a PCDF, Pedro Santana, ex-militar do Exército, seria o líder do esquema

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Quando foi preso em Samambaia, Pedro estava com uma dinamite

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Pelo menos 16 pessoas foram presas

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Conforme apontam as investigações, barbearia, distribuidora de bebidas e loja de celulares eram usadas para camuflar o negócio

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Cerca de 200 policiais participaram da megaoperação

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Operação foi liderada pela 23ª DP

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Esquema tinha mais de 30 compradores

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Cigarros contrabandeados

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Mais de 100 celulares foram apreendidos

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A operação deflagrada pela 23ª Delegacia de Polícia contou com apoio de diversas unidades do Departamento de Polícia Circunscricional (DPC) e da Divisão de Operações Especiais (DOE). A ação foi batizada de Paiol – local de armazenamento de armas.

 

Objetos apreendidos
Os presos vão responder por crimes contra o patrimônio, receptação, revenda e fornecimento ilegal de armamento. Até as 11h, havia 16 pessoas presas, oito armas apreendidas, munições, 100 celulares uma dinamite, notebooks, tablets, fardas da PMGO e do Exército e foram realizados quatro flagrantes de tráfico de drogas. Uma carga de cigarros contrabandeados também foi localizada.

A lista dos alvos da operação inclui, além do ex-militar, Jefferson Gomes (suspeito de ser o sócio do esquema), Filype Hideki da Silva, Deivid Maicon de Lima de Fharias, Ricardo Junio de Oliveira, Lucas Haab Ribeiro de Mesquita, Bruno Sampaio Trajano, Denis Custódio Viana, Emerson Rodrigues de Sá Teles, Rafael Victor e Carlos Alberto. Todos, de acordo com a PCDF, seriam compradores das armas.

Outras quatro pessoas que participavam da organização criminosa, de acordo com a Polícia Civil, já estavam presas: Aldo Junio, Hericson Diego, Marcelo Belchior e José Lopes Filho.

Delegado Victor Dan explica como tudo começou:

 

O esquema era organizado como uma empresa. Abaixo do fornecedor (o ex-militar), estavam pessoas responsáveis pelo aluguel, venda e revenda das armas, receptadores, armazenadores e recrutadores.

Esta é a segunda grande ação realizada pela Polícia Civil nos últimos meses. A primeira foi deflagrada em fevereiro pela 5ª Delegacia de Polícia (Área Central). A Operação Delivery, que agiu contra o tráfico de drogas, mobilizou 300 policiais para cumprir 30 mandados de prisão temporária e 35 de busca e apreensão.

Nota do Exército
Em nota, o Exército informou que Pedro Henrique Freire de Santana prestou o serviço militar, como soldado, em 2011, sendo licenciado no ano seguinte.

“O Comando Militar do Planalto aguarda informações sobre as investigações desenvolvidas pela PCDF para adotar os procedimentos legais e disciplinares cabíveis, caso realmente haja militares envolvidos no caso em questão”, informou a Força. O Exército reiterou, ainda, que “não admite condutas que afrontem seus valores e princípios”.

Procurada pelo Metrópoles, a Polícia Militar de Goiás ainda não se manifestou sobre as suspeitas de desvio de armas das duas forças para o tráfico.

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