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Polícia Civil faz buscas no STJ em operação contra golpe milionário

Quadrilha clonava dados de cartões de crédito e fraudava boletos bancários para fazer compras na internet. Prejuízo de R$ 12 milhões

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1 de 1 operação1 - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou megaoperação na manhã desta terça-feira (19/3) para desarticular organização criminosa que causou prejuízo de até R$ 12 milhões, clonando dados de cartões de crédito e fraudando boletos bancários para fazer compras de grandes volumes de eletrônicos e produtos importados. A ação foi batizada de Operação E-commerce 2.

Ao todo, 12 pessoas foram presas – 7 preventivamente e 5 de maneira provisória. Foram cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão no Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde um dos investigados trabalha, em São Sebastião, Guará, Recanto das Emas, além municípios de Goiás como Goiânia, Aparecida de Goiânia, Hortolândia e Anápolis.

Ao total, segundo a PCDF, foram apreendidos R$ 300 mil em espécie, 10 veículos (incluindo modelos de luxo), um jet ski, seis motores de lancha, uma mineradora de bitcoins, pelo menos  e celulares.

Segundo os investigadores, o servidor do STJ é suspeito de atuar como fornecedor e vendedor de moedas virtuais para a organização criminosa. De acordo com a Corf, ele tem conhecimento elevado em computação. Para o cometimento dos crimes, utilizava máquinas do próprio tribunal. Ao Metrópoles, o órgão confirmou que um computador foi apreendido, mas que aguarda a conclusão das investigações para tomar, se for o caso, medidas administrativas contra o servidor.

 

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Casa alvo de mandado de busca e apreensão
Operação foi deflagrada na manhã desta terça-feira (19/3)
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Casa alvo de mandado de busca e apreensão

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Operação foi deflagrada na manhã desta terça-feira (19/3)

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A operação é fruto de nove meses de investigação, conduzida pela Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, a Propriedade Imaterial e a Fraudes (Corf). Os criminosos podem responder por estelionato, receptação, lavagem de dinheiro, crime eletrônico e organização criminosa. Segundo a polícia, o grupo utilizava site de comércio virtual para consumar a prática dos crimes.

De acordo com o diretor-geral da PCDF, Robson Cândido, a operação demandou 208 agentes, 31 delegados, 2 aeronaves, caminhões e 61 viaturas, além de peritos. “Uma operação a nível nacional”, completou.

O delegado da Corf, Rodrigo Carbone, explicou em entrevista coletiva, na tarde desta terça, que a PCDF foi acionada para investigar uma denúncia de falsificação de boletos bancários. A partir daí, os investigadores conseguiram constatar que se tratava de uma organização criminosa cujo modus operandi consistia em gerar códigos de barra falsos que enganavam os consumidores.

“Os criminosos entravam no site, geravam perfis falsos e interceptavam boletos por e-mail. Entravam em sites de e-commerce, geravam compras, trocavam o código de barras do boleto e mandavam para a vítima dizendo que houve um erro no pagamento. A pessoa, então, pagava novamente a conta de luz, por exemplo, mas na verdade estava comprando produtos eletrônicos para a quadrilha”, explicou o policial.

Só no site Mercado Livre, a quadrilha teria criado pelo menos 5 mil perfis fakes, usando CPFs falsos, para perpetuar as fraudes. De acordo com os agentes, o portal “colaborou integralmente” com as investigações.

R$ 6 milhões
A primeira fase da operação foi deflagrada em junho do ano passado. Na época, a Corf identificou a associação criminosa que causou prejuízo estimado em cerca de R$ 6 milhões em sites de vendas pela internet. Duas pessoas foram presas no Cruzeiro Velho.

De acordo com as investigações, os estelionatários lesaram, pelo menos, mil consumidores em 2018. Entre as vítimas, estão pessoas físicas e jurídicas. O golpe, segundo o delegado Rodrigo Carbone, consistia em falsificar boletos bancários por meio do monitoramento fraudulento de e-mails enviados pelos fornecedores e recebidos pelas vítimas.

“Elas recebiam boletos bancários de compras efetuadas em sites e lojas virtuais ou mesmo de fornecedores físicos já conhecidos. Porém, antes de efetuarem o pagamento, recebiam um segundo boleto, já adulterado, contendo um outro código de barras, na maioria das vezes com valor inferior em relação ao primeiro boleto emitido.

A partir da denúncia de um empresário do DF, de 30 anos, a fraude se concretizava quando as vítimas realizavam o pagamento desse segundo boleto, supostamente enviado pelo fornecedor. Por conta da adulteração, os pagamentos eram feitos para a compra de produtos diversos, como celulares, computadores e cervejas especiais.

Na residência do Cruzeiro, os agentes realizaram a apreensão de várias mercadorias adquiridas pelo grupo de maneira fraudulenta. “O endereço servia de fachada. Demonstrava residir uma família com a presença de crianças, mas teria sido alugada pelo grupo para receber e armazenar os objetos avaliados em pelo menos R$ 700 mil”, destacou Carbone.

Confira a entrevista dada pelo delegado na primeira fase da operação:

 

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