Polícia Civil apreende mais de 7 mil comprimidos de venda proibida. Cinco pessoas são presas
Substâncias para perda de peso, déficit de atenção e até abortivos foram tirados de circulação. Um dos maiores fornecedores desses medicamentos foi preso em São Sebastião. A pena chega a 15 anos de prisão
atualizado
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A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Combate aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DCPim), apreendeu 7.280 comprimidos de remédios de venda não autorizada ou restrita no Distrito Federal, como o abortivo cytotec; o cloridrato de sibutramina, utilizado para a perda de peso; e a ritalina, para déficit de atenção e hiperatividade. Durante a ação, batizada de Operação Vida, realizada nesta semana, também foram apreendidas 12 ampolas de anabolizantes. Dois vendedores e três fornecedores dos medicamentos foram presos.
A primeira a ser detida foi Karina Calazans, de 24 anos, funcionária de um pet shop da Asa Norte. Ela foi monitorada por agentes da delegacia especializada durante dois meses.
Karina foi flagrada com 56 comprimidos do remédio cytotec, de venda proibida.
O primo de Karina, Lucas Guedes Calazans, de 24 anos, também foi preso com cartelas do medicamento.
À polícia, Lucas alegou que só estava fazendo um favor ao carregar o produto. Já Karine confessou a prática e alegou motivos financeiros como motivo.
“Ela disse que vendia os remédios há um ano. Aproveitava que trabalhava no centro de Brasília para entregar e negociar parte dos medicamentos em uma parada da 715 Norte”, explicou a delegada Mônica Ferreira.
A partir da prisão da dupla, a polícia identificou três grandes fornecedores da capital. “Karina confessou que o remédio comercializado por ela vinha de Curitiba, por meio dos Correios, e também era negociado com outro fornecedor de Taguatinga. A partir daí, seguimos os passos desses indivíduos”, destacou Monica.
O suspeito de Taguatinga, que também foi preso, é Adailton Silva Souza, mais conhecido como Galego. Ele tem uma loja de brinquedos na região e vendia o abortivo para dezenas de revendedores do DF.
Angel Bruno, 28, que comprava a mercadoria diretamente com Souza também foi detido. Segundo a Polícia, Angel vendia os remédios na Rodoviária do Plano Piloto e no shopping Conjunto Nacional.
Líder
O andamento das investigações resultou, ainda, em uma apreensão maior. Os produtos do suspeito Francisco Alves de Almeida estavam escondidos na casa de uma vizinha dele, em São Sebastião. Ele, segundo a polícia, abastecia o comércio clandestino com produtos de qualidade duvidosa.
“Além de contrabandeado, os remédios tinham indícios de serem falsificadas. Os próprios revendedores alegavam que os comprimidos não faziam efeito”, salientou a delegada.
Por ser um crime hediondo e contra a saúde pública, a pena para venda de remédios ilegais é maior do que a do tráfico de drogas, podendo variar de 10 a 15 anos.