PM que matou vizinho em Águas Claras é indiciado por homicídio
O crime ocorreu na noite de 9 de dezembro de 2019, na QS 7, no Areal, na região de Águas Claras
atualizado
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O policial militar de 31 anos que matou o vizinho durante uma discussão foi indiciado pela 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul) por homicídio qualificado. O crime ocorreu na noite de 9 de dezembro de 2019, no Residencial Safira, QS 7, no Areal, na região de Águas Claras.
A briga ocorreu por volta das 22h20. O PM, lotado no 4º Batalhão (Guará), se dirigia à portaria do seu prédio para registrar reclamação por perturbação quando se deparou nas escadas do Bloco C com Kley Hebert Gusmão, 51 anos, morador do Bloco B.
Durante a briga, eles acabaram trocando empurrões e se agredindo. De acordo com o policial, temendo ter sua arma retirada, ele fez um único disparo. O próprio militar solicitou socorro para o vizinho atingido pelo tiro. Logo em seguida, Kley foi encaminhado ao Hospital Regional da Ceilândia (HRC), mas não resistiu.
O PM se apresentou na 21ª DP para registrar o caso e foi liberado. Questionada pela reportagem na época, a PMDF informou que “iniciou os procedimentos legais relacionados ao caso”. A corporação não detalhou quais medidas serão adotadas nem informou o nome do policial.
A defesa do militar não foi localizada para comentar o indiciamento.
Vídeo
No vídeo obtido pelo Metrópoles, é possível ver a vítima, Kley Hebert Gusmão, e o PM, que veste bermuda e casaco, rolando no chão. Em determinado momento, o policial consegue ficar de pé e abre fogo, com o morador ainda caído. Após se contorcer por alguns instantes, Kley fica imóvel. Colocando as mãos na cabeça, o militar usa um telefone celular para fazer uma ligação.
Moradores assustados
À época, em entrevista ao Metrópoles, moradores e funcionários do prédio disseram que a vítima morava sozinha e havia se mudou há pouco tempo para o Residencial Safira.
“Não tinha muito tempo que ele morava aqui, não. Graças a Deus, não estava na hora. Fiquei sabendo depois. Mas a gente fica assustada”, contou uma funcionária do prédio, que não quis se identificar.
Uma moradora do edifício confirmou que a confusão começou nas escadas do Bloco C, onde o militar mora. “Eles discutiram. Todo mundo ouviu. Teve agressão e foi quando [o PM] disparou. Ele mesmo chamou a ambulância depois”, disse.