PM que matou homem e mentiu em depoimento é indiciado por homicídio
O sargento Paulo Roberto Figueiredo atirou contra Rafael Barbosa Santos, 32 anos, por ele se recusar a beber em sua companhia
atualizado
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Um sargento da Polícia Militar que prestou falso testemunho ao dizer que matou um homem ao reagir a um assalto foi indiciado, na tarde desta segunda-feira (11/6), por homicídio doloso. O caso ocorreu na semana passada, próxima à Feira de Ceilândia, no centro da cidade. Após matar o homem, o PM havia alegado legítima defesa, o que foi desmentido com a ajuda de imagens de câmeras de segurança instaladas na região.
De acordo com as investigações conduzidas pela 15ª Delegacia de Polícia (Ceilândia Centro), o sargento Paulo Roberto Figueiredo atirou contra Rafael Barbosa Santos, 32 anos, pelo motivo fútil de apenas ter se recusado a permanecer em sua companhia fazendo uso de bebida alcoólica. A vítima não tinha antecedentes criminais e, antes de ser baleado, tentava deixar o local para seguir para o trabalho.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, André Leite, o PM, que está internado em um hospital particular, foi ouvido pelos investigadores. “Após as apurações, ele foi ouvido e mudou, de certa forma, a versão que havia contado inicialmente, mas ela se manteve frágil. Ele chegou a dizer que havia percebido um volume na cintura de Rafael, como se fosse uma arma, mas isso jamais ocorreu. Foi um homicídio, isso é incontestável”, disse.
Versão contestada
Os investigadores começaram a desconfiar da versão contada pelo policial quando tiveram acesso às imagens registradas pela câmeras de segurança de um comércio próximo ao local. Os vídeos comprovam a relação amistosa que existia, até então, entre o policial e Rafael.
O PM também foi atingido, mas os investigadores acreditam que o tiro foi acidental. A Polícia Civil aponta, ainda, que não teve troca de tiros. Na perícia feita no local do crime, os investigadores chegaram à conclusão de que a posição das marcas dos disparos eram incompatíveis com uma troca de tiros, como alegou o militar.
Os peritos também não encontraram evidências que sustentassem a versão de que o sargento teria sido rendido por Rafael e outro homem. Para a PCDF, a principal suspeita é que o sargento tenha atingido a própria perna. Os investigadores querem saber se autolesão foi intencional ou não.