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PM prende suspeito de matar motorista de aplicativo no DF

Investigadores da Polícia Civil do Distrito Federal acreditam que Natanael precisava do dinheiro para quitar dívidas

atualizado

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Um dos dois suspeitos de matar o motorista de aplicativo Aldenys da Silva, 29 anos, foi preso nesta quarta-feira (29/01/2020). Natanael Pereira Barros, 19, que teria conhecido a vítima em novembro de 2019 para negociar a venda de um celular, foi surpreendido pela Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) no centro de Taguatinga, em um ponto de tráfico de drogas.

A Polícia Civil do DF (PCDF) acredita que Natanael estava endividado e precisava de dinheiro.

A PMDF chegou até o suspeito após receber denúncia anônima. Durante a prisão, Natanael confessou que conhecia a vítima, mas negou o crime. Ele, que trabalhava no restaurante de um posto de Taguatinga Norte, foi encaminhado à 12ª Delegacia de Polícia (Taguatinga).

O nome do coautor do homicídio ainda é desconhecido. “Pelo jeito como o corpo foi encontrado, não teria como o suspeito ter atuado sozinho”, afirmou Sérgio Bautzer, delegado da 19ª Delegacia de Polícia (P Norte) e responsável pelo caso.

Ainda segundo o delegado, a primeira fase da investigação concluiu que houve latrocínio — roubo seguido de morte. A hipótese é reforçada porque o carro e o celular foram roubados.

Sem desvio

A polícia descarta que Aldenys tenha desviado o caminho para fazer uma corrida pelo aplicativo, pois, segundo apontam as investigações, ele estava indo pegar uma amiga para ir a um funeral. Contudo, não chegou a buscar a moça, saiu da rota e não apareceu mais.

As suspeitas recaíram sobre Natanael porque, após a morte de Aldenys, ele foi visto rodando no carro da vítima e tentando vender o celular do motorista.

Ao Metrópoles, parentes afirmaram que Aldenys trabalhava havia três meses como colaborador de aplicativos de mobilidade urbana. O carro foi rastreado em Fortaleza dois dias após o sumiço do motorista.

Entretanto, a apuração apontou que houve uma leitura equivocada da placa do veículo. Com auxílio da PRF, o erro foi esclarecido na semana em que a polícia encontrou o corpo.

Outra morte

Três dias depois, o corpo de outro motorista de aplicativo foi encontrado no DF: Maurício Cuquejo Sodré. Três homens foram presos pelo crime e um adolescente, apreendido.

Segundo  as investigações, a vítima foi chamada para uma corrida na Granja do Torto. Dentro do carro, eles ameaçaram e deram uma facada em Maurício. O rapaz foi colocado ferido no porta-malas.

Ao chegarem à área rural na mesma região, o veículo ficou atolado em uma vala e desligou. O motorista de app tentou fugir e, nesse momento, o alcançaram. Ele levou chutes e socos dos criminosos.

Os acusados continuaram esfaqueando o homem até matá-lo e, em seguida, jogaram o corpo em uma poça d’água. Conforme o Metrópoles revelou, um dos suspeitos disse à Polícia Civil que ele e os comparsas deram facadas em Maurício “sem dó”. O cadáver foi encontrado na madrugada do dia (23/01/2020) por um morador que passava pela região.

Ocorrências

Segundo levantamento da Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF), em dois anos, a capital teve 145 ocorrências de roubo com restrição de liberdade em que as vítimas trabalhavam como condutores de apps. O balanço expõe o crescimento da prática criminosa: o montante saltou de 38 registros em 2018 para 107 episódios no último ano.

Os casos demonstram a vulnerabilidade de quem tem, nessas plataformas, fonte de renda extra. De acordo com os motoristas, a grande incidência de casos resulta de falta de procedimentos cadastrais que garantam, também, a segurança dos próprios colaboradores.

Segundo o presidente do Sindicato dos Motoristas Autônomos de Transporte Privado Individual por Aplicativos do DF (Sindmaap-DF), Marcelo Chaves, é da falta de cobrança aos passageiros que os criminosos se aproveitam. “Enquanto os aplicativos não acordarem e se mobilizarem, essa matança dos motoristas vai continuar. É preciso que algo seja feito.”

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