PF faz operação no DF contra esquema em consórcio de São Paulo
Mandados de busca e apreensão são cumpridos na manhã desta terça-feira (04/02/2020) em Brasília, Cidade Ocidental, no Entorno do DF
atualizado
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A Polícia Federal deflagrou a Operação Chorume para investigar a simulação de fornecimento de notas fiscais frias para o Consórcio Soma, responsável por metade dos serviços de limpeza urbana de São Paulo. Mandados de busca e apreensão são cumpridos na manhã desta terça-feira (04/02/2020) em Brasília, Cidade Ocidental, no Entorno do DF, São Paulo e Santa Catarina. Foram mobilizadas 21 equipes.
Durante as investigações, foi identificado que um escritório de advocacia de São Paulo era responsável por gerenciar a emissão de notas fiscais inidôneas de fornecimento de matéria-prima ou prestação de serviços, assim como a entrega de dinheiro em espécie para o Consórcio Soma e outros clientes.
Além da obtenção de mais provas dos crimes já investigados, a operação tem dois objetivos principais: buscar os elementos de prova contra os responsáveis pelo fornecimento de dinheiro em espécie; e confirmar uma tentativa de obstrução das fiscalizações realizadas pela Receita Federal em 2017.
Até o momento, foram identificadas três pessoas responsáveis pela entrega do dinheiro para o escritório de advocacia repassar aos seus clientes. Eles indicavam as contas bancárias de empresas fictícias para as quais deveriam ser realizadas as transferências, em seguida devolviam o dinheiro em espécie, com a cobrança de uma taxa de 2 a 3% do montante por esse serviço.
Segundo a PF, quanto à tentativa de obstrução das investigações, verificou-se que o grupo contatou pessoas supostamente com grande influência na Receita Federal em Brasília para tentar barrar as fiscalizações, mediante o pagamento de R$ 3 milhões.
Parte do valor foi destinado a um escritório de advocacia no Distrito Federal. No entanto, apesar da apresentação de documentos internos e sigilosos da Receita Federal para os investigados, aparentemente não teve efetividade essa tentativa de obstrução, segundo informou a PF.
Além de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e sonegação tributária, a PF apura os crimes de violação de sigilo funcional, organização criminosa e embaraço à investigação de crime que envolva organização criminosa, bem como o aprofundamento das apurações para a coleta de indícios de autoria em relação aos crimes de corrupção ativa e passiva.