PCDF apura se jovem que planejava massacre tem ligação terrorista
Policiais também querem saber se Henrique Almeida fazia postagens na Deepweb, camada da internet que não pode ser acessada pelo Google
atualizado
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A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga se o jovem de 19 anos que planejava promover um massacre em uma casa de shows da capital federal tinha ligações ou participava de grupos terroristas. Computadores e celular de Henrique Almeida Soares foram encaminhados para perícia do Instituto de Criminalística (IC).
O suspeito foi preso em flagrante por agentes e delegados da Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC) antes do horário em que prometia executar o atentado. Na residência do rapaz, os agentes encontraram bombas e livros com incitação ao ódio, além de máscaras e dinheiro em espécie.
“A investigação buscará esclarecer se havia outras pessoas envolvidas no possível massacre. Vamos envidar esforços no sentido de rastrear todos os vestígios deixados pelo indivíduo, sobretudo, na internet. Nessa perspectiva, será realizada verificação de participação em grupos com finalidade terrorista e até mesmo atuação por intermédio da Deepweb”, explicou o delegado Dário Taciano de Freitas Júnior, da DRCC.
O massacre planejado pelo jovem ocorreria nesse sábado (29/02/2020). A motivação do ataque ainda é um mistério, mas o rapaz já havia detonado pelo menos um artefato no passado, quando perdeu a falange de um dedo.
Empresa envia alerta
A empresa Yahoo! enviou o alerta do possível atentado, na sexta-feira (28/02/2020), a partir de postagem na internet. Confira o texto publicado por Henrique Soares:
“Vou fazer um massacre histórico num showzinho de rap/funk/trap cheio de adolescentes vagabundos descolados e drogados. Com meus conhecimentos em química e acesso a armas ilegais, poderei fazer algo esplêndido, o plano consiste em liberar gás venenoso ou paralisante na multidão e depois disso detonar um carro bomba com explosivos destrutivos, os sobreviventes vou matar na bala anônimo adoro ver o choro de vocês, não é sonho, é real estou pronto para me vingar e espero que você seja uma vítima mesmo sem nos conhecermos kkkkkkkkkkkkkk.” (SIC).
Com autorização de busca e apreensão da Justiça em mãos, os agentes foram ao local. O Departamento de Operações Especiais (DOE) participou da diligência. No lugar, foram encontrados artefatos, explosivos e substâncias aptas à preparação de algum tipo de explosivo. A polícia também se deparou com muito dinheiro em espécie.
Veja o material apreendido com o suspeito:
Ainda não foi possível identificar há quanto tempo o criminoso programava a possível investida no evento. “Caso se concretizasse um ataque, conforme era descrito na mensagem do sujeito, seria uma tragédia imensurável. O autuado confessou que manipulava explosivos há um tempo e, por tal motivo, perdeu a falange de um dedo em um de seus experimentos”, detalhou o delegado Dário Júnior.
A considerável quantidade de nitrato de amônio e potássio demonstrou para a polícia a possibilidade da confecção de um artefato explosivo com grande potencial destrutivo. Também foi encontrado um dispositivo explosivo apto para ser deflagrado.
Bombas
No quarto do suspeito, havia desenhos com pessoas sendo mortas a facadas, tiros e balas de canhão, além de um livro intitulado Manual do Ódio. O rapaz não tem antecedentes criminais. Henrique será, a princípio, indiciado pelo Estatuto do Desarmamento, com pena de 3 a 6 anos de prisão.
Justiça mantém prisão
Ao decidir pela prisão preventiva, a juíza Verônica Torres Suaiden afirmou que o fato de Henrique não ter antecedentes criminais não assegura que ele possa responder pelo crime em liberdade. “Não bastam para afastar a custódia cautelar, quando evidenciada a gravidade concreta da conduta imputada. Demando medida efetiva para garantia da ordem pública”, destacou.
Foi preciso desarmar a bomba produzida pelo rapaz. Henrique planejava, ainda, a explosão de carro-bomba e a execução de sobreviventes com arma de fogo no evento. A polícia apreendeu 5 quilos de nitrato de amônio e 1 quilo de nitrato de potássio, que poderiam ser usados para produção de outro artefato.
“O material era suficiente para derrubar uma casa. Ele tinha muito poder de fogo”, destacou delegado-chefe da Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), Giancarlos Zuliani Júnior.
Veja o vídeo: