PCDF investiga fazendeiros que causaram prejuízo de R$ 100 milhões ao GDF
Eles usavam empresas fantasmas para emitir notas falsas sem que nenhum centavo do ICMS devido fosse recolhido à aos cofres do GDF
atualizado
Compartilhar notícia
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (9/7), a Operação Sem Limite, que visa desarticular um suposto grupo criminoso especializado em praticar crimes contra a ordem tributária, causando prejuízo de mais de R$ 100 milhões aos cofres do Governo do Distrito Federal.
São cumpridos seis mandados de busca e apreensão expedidos pela justiça do Distrito Federal, sendo três em escritórios e residências de empresários em Unaí (MG) e outros três em fazendas localizadas no município de Dom Bosco, também em Minas Gerais.
A investigação é conduzida pela Coordenação Especial de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Cecor), por meio da Divisão de Repressão aos Crimes Contra a Ordem Tributária (Dicot). Segundo a divisão, a suspeita é de que empresários do ramo do agronegócio mineiro se valeriam de “laranjas” para a abertura de empresas fantasmas no Distrito Federal com o objetivo de sonegarem Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Há fortes indícios de que os envolvidos se utilizavam de uma bem articulada trama para, por meio dessas empresas fantasmas, emitirem notas fiscais para compradores de grãos do estado de São Paulo, sem que nenhum centavo do ICMS devido fosse recolhido à aos cofres do GDF, culminando em prejuízo multimilionário, segundo os investigadores.
As apurações também demonstram que quando a Receita do DF descobria a fraude e cancelava uma determinada empresa, em poucos dias os criminosos criavam novas empresas fantasmas para dar sequência à rentável fraude.
A investigação desenvolvida pela PCDF colheu provas que embasaram autorização judicial de bloqueio de vasto patrimônio dos suspeitos, incluindo três grandes fazendas localizadas em Dom Bosco (MG), cinco imóveis sediados em Unaí (MG), vários carros e caminhões e duas aeronaves pertencentes aos empresários, além do bloqueio de valores em diversas contas de pessoas físicas e jurídicas.
Na ação desta quinta-feira (9/7), que contou com o apoio da Polícia Civil de Minas Gerais por meio da 1ª Delegacia Regional de Unaí, foram empenhados 40 policiais. Os suspeitos estão sendo investigados por crimes contra a ordem tributária, lavagem de capitais e associação criminosa, e, caso condenados, podem pegar até 18 anos de prisão. A PCDF contou com o apoio da Subsecretaria da Receita do Distrito Federal (Surec) durante a investigação.