PCDF apreende outra cobra em operação que mira jovem picado por Naja
Policiais também cumpriram mandados nas casas de Gabriel Ribeiro e outros dois investigados, em ação contra tráfico de animais
atualizado
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A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) cumpriu, na manhã desta quinta-feira (16/7), mandado de busca e apreensão na casa do estudante Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkul, 22 anos, que foi picado por uma cobra da espécie Naja no Distrito Federal. O amigo dele Gabriel Ribeiro e outros dois investigados também foram alvo da ação policial que apura o crime de tráfico de animais. A operação, batizada de Snake (cobra em inglês), é conduzida pela 14ª Delegacia de Polícia (Gama).
As buscas nas residências de Pedro e Gabriel foram feitas no Guará. Eles são amigos. Gabriel foi conduzido à 14ª DP porque os investigadores encontraram maconha na residência dele. O rapaz deve responder por uso da droga.
Policiais cumpriram, ao todo, quatro mandados, sendo os outros nas regiões do Gama e Riacho Fundo. A segunda fase da operação teve apoio da Divisão de Operações Especiais (DOE) da PCDF e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Foram apreendidos diversos documentos, celulares, medicamentos de uso veterinário, mais uma serpente conhecida como Corn Snake (Cobra do milho) e vários itens usados na criação ilegal de animais silvestres e exóticos.
A Corn Snake tem origem americana. É usada em exposições e como alimento para outras cobras. A serpente não é peçonhenta, mas é proibido criar a espécie do animal em casa e a prática pode até dar multa.
Com mais essa serpente, são 18 espécies apreendidas e que estão ligadas aos investigados.
Na segunda-feira (13/7), peritos criminais da Seção de Engenharia Legal e Meio Ambiente da Polícia Civil do DF (PCDF) estiveram no Jardim Zoológico de Brasília para fazer uma análise nas cobras e serpentes que pertenciam a Pedro Henrique. Até o momento, 16 animais apreendidos passaram por perícia.
Segundo a corporação, a identificação das espécies é importante para determinar a origem e um eventual tráfico de animais. Nesse sentido, as condições de saúde dos animais podem ajudar na comprovação dos crimes.
Alta
Pedro Henrique recebeu alta do Hospital Maria Auxiliadora, no Gama, na manhã dessa segunda-feira (13/7), e voltou para casa. Foram seis dias de internação. Ele mora na QE 40 do Guará II e criava a Naja como animal de estimação, apesar de a serpente não ser natural de nenhum habitat brasileiro e ter um veneno que pode ser letal. As circunstâncias do acidente ocorrido no dia 7 de julho com a cobra ainda são desconhecidas.
O estudante chegou a ficar em coma no hospital. A família de Pedro importou dos Estados Unidos doses de soro antiofídico. A busca pelo antídoto — tão raro no Brasil quanto a presença desse tipo de serpente — mobilizou especialistas. As únicas doses disponíveis no país estavam no Instituto Butantan, em São Paulo. Os médicos enviaram ao Distrito Federal todo o estoque disponível para que fosse usado no tratamento de Pedro.
Confira vídeo da saída do carro do hospital:
Veja vídeo da Naja:
O caso
Tão logo foi atacado pela Naja, no dia 7 de julho, o estudante de veterinária foi levado para o hospital pelos pais. Ele apresentava palidez, tontura e dormência nos membros inferiores, sintoma que evoluiu e atingiu os membros superiores.
Segundo o Ibama, não existe registro, nos últimos anos, de entrada legal de uma cobra dessa espécie no Distrito Federal.
O animal exótico foi encontrado no fim da tarde da quarta-feira (8/7), dentro de uma caixa de plástico, próximo a um barranco, nas redondezas do shopping Pier 21, no Setor de Clubes Sul. Gabriel teria escondido o animal no lugar enquanto Pedro estava internado.
Como Pedro não tem autorização para criar a Naja, ele será multado em R$ 2 mil, valor que pode ser aumentado de acordo com a quantidade de serpentes que pertencem a ele.
A suspeita de investigadores da Delegacia de Combate à Ocupação Irregular do Solo e aos Crimes contra a Ordem Urbanística e o Meio Ambiente (Dema) é de que a serpente tenha sido alvo de tráfico internacional de animais exóticos. Ela agora está sob os cuidados do Zoológico de Brasília.
Aguarde mais informações