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Papuda registra quarta morte de preso em apenas 18 dias

Segundo a Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe), um interno da PDFII teve parada cardíaca no posto médico da unidade

atualizado

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1 de 1 Rafaela Felicciano/Metrópoles - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Mais um preso do Complexo Penitenciário da Papuda morreu. Segundo a Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe), na tarde de quinta-feira (18/1) um interno da PDF II teve uma parada cardíaca no posto médico da unidade, enquanto recebia curativo de rotina em um ferimento nas costas, pois é cadeirante. Ele foi levado para uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), mas não resistiu.Trata-se do quarto detento da unidade prisional morto em um período de apenas 18 dias.

As mortes de detentos da penitenciária são investigadas pela Gerência de Inteligência da Sesipe e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Embora as primeiras alegações sejam de óbitos por infarto ou parada cardíaca, fortes indícios apontam que os presos tenham sido assassinados.

Entre agentes penitenciários e familiares dos prisioneiros, a hipótese levantada para as mortes é de que os detentos tenham desenvolvido uma técnica para mascarar as causas dos falecimentos. O método consistiria em fazer as vítimas ingerirem grande quantidade de água para depois atacá-las com um “mata leão”. Assim, os alvos têm parada cardíaca, provocada pela asfixia, que em um primeiro momento se confunde com morte natural.

Transferido para a UPA
Segundo a pasta, o interno da PDF II morto na quinta (18) foi reanimado e transferido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) à UPA de São Sebastião. Um médico da unidade prisional o acompanhou. Na UPA, após ser internado, ele teve outras duas paradas cardíacas e não resistiu.

A Sesipe, por meio de procedimento administrativo interno, vai verificar as circunstâncias do ocorrido. A 30ª Delegacia de Polícia Civil abriu inquérito para apurar o caso. O nome do interno não foi divulgado.

Ele, entretanto, não foi o único preso da Papuda a morrer na quinta. Na Ala A, no bloco 6, do Centro de Detenção Provisória (CDP), Tiago Miranda também veio a óbito, em circunstâncias ainda não explicadas. O Metrópoles apurou que os detentos fizeram barulho pedindo ajuda por volta das 2h. Quando os agentes penitenciários chegaram ao local, o homem de 27 anos estava deitado no chão.

Outros presos tentaram reanimá-lo, sem êxito. Thiago Miranda era natural do Maranhão. Ele já tinha uma condenação no estado por tráfico de drogas e também era investigado pela Polícia do DF por participação em outros crimes.

A Subsecretaria do Sistema Penitenciário, em nota, explicou que o Samu foi chamado e fez o procedimento de reanimação. No entanto, não obteve sucesso. Segundo o órgão, o detento estava na unidade prisional desde o dia 12 de dezembro de 2017 pelo crime de tráfico de drogas. “A família do custodiado já foi avisada sobre o óbito”, informou.

Outros casos
Entre os dias 31 de dezembro de 2017 e 1º de janeiro de 2018, dois detentos da Papuda morreram no interior de celas. A última morte ocorreu na noite de segunda-feira (1º/1), também no bloco 6 do CDP. O preso tinha 40 anos. Ele sofreu um infarto fulminante.

Agentes penitenciários acionaram o Serviço Móvel de Urgência (Samu) e o Corpo de Bombeiros, mas o atendimento não chegou a tempo de salvar a vida do interno.

A primeira morte ocorreu também no CDP, na noite de domingo (31), véspera de Ano-Novo. O preso, de 24 anos, estava em regime provisório e teve uma parada cardíaca. Ele passou mal na cela, com sintomas de falta de ar, mas o socorro não teria chegado a tempo. O detento começou a cumprir pena em 2017 pelo crime de tráfico de drogas.

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