No DF, marido mantém mulher presa e ameaça “tacar fogo” nela
A vítima, uma jovem de 21 anos, pediu socorro à polícia e foi encaminhada para Casa Abrigo. Suspeito está preso
atualizado
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Um homem de 27 anos foi preso na manhã desta sexta-feira (17/04), na QR 833, Conjunto 4, de Samambaia. Ele era investigado pela 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia Norte) por injúria, ameaça e cárcere privado. A vítima, uma jovem de 21 anos, pediu para ser encaminhada à Casa Abrigo. Segundo ela, as agressões eram constantes e a mulher chegou a ser mantida presa pelo marido.
A denúncia foi registrada em 20 de fevereiro deste ano. À polícia, a jovem detalhou que as agressões ocorreram no dia 15 daquele mês, mas ela não conseguiu sair de casa para procurar ajuda. “Segundo ela, o homem a proibiu de sair da residência. Para ir à delegacia, cinco dias depois do fato, precisou usar os filhos como desculpa”, explicou o delegado-chefe da 26ª DP, Cícero Jairo.
Segundo o depoimento, a discussão começou no momento em que a mulher pediu para o companheiro trabalhar, pois, segundo ela, os mantimentos estavam começando a faltar na casa, localizada no Morro do Macaco. O homem teria ficado irritado e arremessou um pote de creme na vítima. Após o ato, passou a fazer ameaças dizendo que ela era uma “desgraçada”, ia morrer, pois ele “tacaria fogo” na vítima.
O casal estava junto havia seis anos. Da relação, nasceram três filhos — um de quatro anos, outro de três e mais novo com apenas um ano. A mulher pediu para ser conduzida à Casa Abrigo. O homem, que já tinha passagens pela polícia, não resistiu à prisão e será levado para carceragem da PCDF.
Isoladas por conta da pandemia do coronavírus, muitas mulheres estão sendo agredidas e ameaçadas dentro de suas próprias casas. De acordo com dados do Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios (TJDFT), foram decretadas em março, quando tiveram início as medidas restritivas, 1.010 medidas protetivas em caráter de urgência. No mês anterior, este número foi de 887. O aumento é de 13,8%.
As medidas protetivas são determinações judiciais que têm como objetivo garantir a segurança das vítimas. No ano passado, fevereiro também apresentou um número expressivo: foram 1.045 casos e 1.009 em março. Neste ano, enquanto o dado de fevereiro caiu 17% se comparado ao mesmo mês de 2019, março seguiu em alta, agora, com o agravante do isolamento social.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), as mulheres podem sofrer grandes impactos de violência doméstica, visto que muitas estão em domicílio, sem poder sair, isoladas, ao lado de seus agressores.
Conforme o Metrópoles antecipou na última semana, vítimas de violência doméstica poderão registrar ocorrência pela internet. É possível fazer a denúncia pelo WhatsApp (61) 98626-1197 e pelo Disque-Denúncia 197, opção 3, da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).