Mulher esfaqueada por ex era agredida em frente à filha de 4 anos
Silmara de Sousa da Silva, 22 anos, foi morta após uma discussão sobre quais móveis poderia levar consigo. Assassino segue foragido
atualizado
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Gritos, ameaças e empurrões eram rotina para Silmara de Sousa da Silva, 22 anos. No último sábado (11/04), um soco na boca foi a gota d’água para ela pôr um fim no relacionamento de dois anos com o motorista de aplicativo Francisco Hebert Aragão Moura, 25, que não se conformou com uma divisão dos móveis e esfaqueou a ex-mulher e o ex-sogro na noite dessa terça (14/04).
As agressões eram tantas que, segundo uma amiga da vítima, a própria filha de Silmara, de apenas 4 anos, contava para a família o que estava acontecendo. “Ele empurrou mamãe”, chegou a dizer a criança, segundo relato de uma amiga da vítima, Amanda de Souza Farias, 19.
Apesar do histórico, a balconista de farmácia estava tranquila antes de ir para a casa onde morava com o assassino, no Condomínio Del Lago, no Itapoã, uma vez que não imaginava que o ex-companheiro estaria no local durante a retirada dos móveis.
“Eu que fiquei preocupada e chamei o padrasto dela para acompanhar, mas ela dizia que a separação foi tranquila e não aconteceria nada de ruim”, lembra Amanda.
Chegando à residência onde os dois moravam, no entanto, Francisco Hebert estava sentando e bebendo cerveja. Uma discussão relativa à divisão dos móveis foi o suficiente para que o homem se exaltasse. “Ele pegou uma faca, que já deveria estar com ele, e a ameaçou. Eu saí correndo e liguei para a polícia. Foi aí que ele ficou com mais raiva ainda”, conta Amanda.
Desesperada, Amanda não viu o que aconteceu. Pediu socorro à polícia e, ao ver Hebert saindo da casa na direção dela, correu para a residência do vizinho. “Quando me viu saindo de perto, ele jogou a faca no mato, pegou o carro e foi embora”, explica.
Agressões recorrentes
Amanda lembra que nunca aprovou o relacionamento. Hebert sempre mostrou um lado desrespeitoso, que foi confirmado em uma festa, logo depois de Silmara conhecê-lo. “Ele estava gritando com a Silmara e uma amiga dela entrou na frente para acabar com aquilo. Ele simplesmente pegou, enforcou e até quebrou o braço dessa amiga”, lembra.
Braços roxos, indicando agressões, também eram comuns, mas a vítima não costumava se abrir. “Ele gritava, quebrava as coisas, mas ela não contava. Nunca achava que ia passar daquilo”, lamenta Amanda.
Silmara foi esfaqueada durante uma discussão. Ferida, a mulher foi socorrida ao hospital, mas morreu às 2h desta quarta (15/04). O homem ainda desferiu golpes no ex-sogro, Francisco Márcio, 45, que também faleceu. O suspeito não tinha passagens pela polícia.
O que resta para a grande amiga, são as lembranças da excelente pessoa que a vítima foi. “Era gentil com todo mundo. Muito simpática. Defendia quem amava com unhas e dentes, além de ser uma ótima mãe”, lembra.