Mulher confessa que matou aposentado do TST com ajuda de amante
Segundo a PCDF, ela atraiu o ex-marido ao prometer reatar o relacionamento, mas tudo não passou de emboscada. O amante está foragido
atualizado
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Elisângela Almeida de Miranda (foto de destaque), de 41 anos, foi presa suspeita de matar o ex-marido, de 63 anos. De acordo com a 17ª Delegacia de Polícia (Taguatinga), o crime ocorreu no dia 18 de março. Após a investigação, os policiais verificaram que a acusada estava separada da vítima, Valdeci Carlos de Sousa, servidor aposentado do Tribunal Superior do Trabalho (TST), por conta de uma relação extraconjugal. Ela teria matado o ex com a ajuda do amante, que segue foragido.
Para encobrir o crime, a mulher comunicou o desaparecimento do marido no dia seguinte. O delegado-chefe da 17ª DP, Joás Rosa de Souza, disse que por pouco o casal não escapou.
Ele criticou o fato de policiais militares terem encontrado o veículo abandonado, com sangue dentro, e terem acionado a família da vítima e não a perícia (veja vídeo abaixo). A própria mulher foi buscar o veículo, próximo a um motel em Taguatinga Norte.O delegado informou que a mulher confessou o homicídio. Segundo a acusada, o amante deu um único tiro na cabeça da vítima. Em depoimento, contou ainda que antes de apertar o gatilho, o suspeito teria pedido para ela cobrir o rosto a fim de não ver o momento do assassinato.
Por sorte, câmeras vizinhas à residência da mulher apontaram o envolvimento dela no crime. De acordo com a Polícia Civil, a suspeita permaneceu no imóvel da família, em Ceilândia, com o amante, José Willamy de Melo Raiol, 26 anos, em uma ação premeditada. Ela teria atraído o ex para a residência dando-lhe expectativas de reatarem o relacionamento. Mas, conforme apurações, tratava-se de uma emboscada.
No imóvel, depois de dominarem o homem, eles o colocaram no veículo e rodaram por todo o Distrito Federal. A mulher estava na direção do automóvel. O amante seguia torturando Valdeci de Sousa no banco traseiro.
Saques e celular roubado
Após horas de tortura, provavelmente no intuito de conseguir as senhas bancárias, os autores mataram o idoso com a própria arma dele e jogaram o corpo no cerrado, às margens da DF-001. A dupla retornou para casa.
O delegado disse que José Willamy de Melo Raiol tem nomes de mulheres tatuados pelo corpo. Segundo informou o policial, o casal fez saques na conta do aposentado. A PCDF vai pedir a quebra de sigilo bancário para descobrir o valor.
Os dois, a mulher e o foragido, vão responder por latrocínio (roubo seguido de morte), porque além do dinheiro, levaram o celular da vítima.
A reportagem acionou a PMDF para posicionamento da instituição acerca das críticas do delegado, mas a corporação não havia se manifestado até a última atualização da matéria.
Advogados de defes
Por meio de nota, a defesa da suspeita disse que “recebeu com perplexidade” a informação de que Elizângela está sendo indiciada pelo crime de latrocínio. Segundo os advogados Iarleys Rodrigues Nunes e Johnny Pereira do Nascimento, “as investigações iniciais contêm falhas grotescas, a começar pela afirmação que a esposa teria torturado a vítima com o intuito de obter senhas bancárias”.
Segundo os defensores, Elizângela tinha amplo acesso às contas bancárias do então marido, inclusive, era responsável por gerenciar as contas do casal”. “Não há que se falar em confissão, tendo em vista que, em nenhum momento, em seu depoimento, a indiciada admitiu o crime. Pelo contrário, relatou ser tão vítima quanto seu ex-marido.”
Ainda de acordo com os advogados, “Elizângela é vítima nesse caso, pois, durante o crime, estava sob ameaça de arma de fogo e faca, sendo, na mesma ocasião, coagida e agredida fisicamente pelo real criminoso”.
Atualização:
Embora, em entrevista coletiva, o delegado Joás Rosa de Souza tenha dito que a vítima era aposentada do TRT, internautas informaram que Valdeci Carlos de Sousa era inativo do TST. Após checagem, a informação foi corrigida na matéria às 18h56.