MPDFT denuncia à Justiça envolvidos na fraude da Kriptacoin
Foram 16 denunciados: 11 presos que estão na Papuda, dois foragidos e três pessoas que não tiveram identidades divulgadas na 1ª fase da ação
atualizado
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O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), por meio da Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos do Consumidor (Prodecon), apresentou, nesta quinta-feira (28/9), a denúncia contra os presos na Operação Patrick, ação realizada em conjunto com a Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor e Fraudes (Corf).
A lista enviada à Justiça tem 16 nomes. Além dos 13 indiciados pela Polícia Civil por organização criminosa, falsificação de documentos e criação de pirâmide financeira; a relação inclui dois advogados, denunciados por obstrução da Justiça, e um primo dos irmãos Marinho, acusado de lavagem de dinheiro.
Segundo o Metrópoles apurou, os advogados são João Paulo Todde e Érico Rodolfo Abreu de Oliveira. No entendimento dos promotores do MPDFT, os dois atuaram para obstruir a Justiça. Ao entrar na mira dos investigadores, eles deixaram a defesa dos homens apontados como líderes da organização criminosa que agia usando a moeda virtual Kriptacoin para captar dinheiro.Obstrução da Justiça
O advogado João Paulo Todde confessou em depoimento no MPDFT que organizou a transferência de uma Lamborghini, alvo de mandado de apreensão na Operação Patrick, do escritório dele, no Lago Norte, para Goiânia. A atitude de Todde foi interpretada pelo promotor do caso, Paulo Roberto Binicheski como obstrução da Justiça.
Na última sexta-feira (22), dia em que o carro de luxo foi apreendido pela Polícia Civil em Anápolis (GO), o Metrópoles antecipou que um advogado teria ajudado no traslado do automóvel. A reportagem também teve acesso a um documento, autenticado no cartório da Asa Norte, que mostra o diálogo entre os advogados que representavam os suspeitos e um empresário de Goiânia, identificado como Edmundo.
Na conversa, em um grupo do WhatsApp chamado “Retirada da Huracan”, eles organizaram como seria feito o traslado do carro de luxo usado pelos irmãos Welbert Richard, 37 anos, e Weverton Marinho, 34, presos durante a operação e considerados líderes do esquema criminoso.
O esquema
Os suspeitos criaram a moeda virtual no fim de 2016 e, a partir de janeiro deste ano, passaram a convencer investidores a aplicar dinheiro na Kriptacoin. Segundo a polícia, a organização criminosa atuava por meio de laranjas, com nomes e documentos falsos.
O negócio, que funciona em esquema de pirâmide, visava apenas a encher o bolso dos investigados, alguns com diversas passagens pela polícia por uma série de crimes. Entre eles, o de estelionato. A Kriptacoin, segundo a Polícia Civil e o Ministério Público, movimentou mais de R$ 250 milhões do começo do ano até agora. A fraude pode ter causado prejuízo a 40 mil investidores, muitos deles de fora do Distrito Federal.
Durante a operação, os investigadores apreenderam oito carros de luxo, que eram exibidos pelos integrantes do esquema, além de grande quantia em dinheiro, que estava em uma academia de Vicente Pires. Os bens deverão ser usados para ressarcir os investidores.