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Moradores de Águas Claras estão em alerta após crimes violentos na região

Caso de mulher baleada enquanto passeava com o cachorro na noite de segunda-feira (11/1) faz a população local ter dificuldade em assimilar a redução da criminalidade apontada pelas estatísticas oficiais

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
1 de 1 - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Balanço divulgado na manhã desta terça-feira (12/1) pela Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social aponta a redução da maioria dos índices de criminalidade nas regiões administrativas do Distrito Federal, incluindo Águas Claras. Entretanto, a população e os trabalhadores locais têm dificuldade em trazer a frieza dos números para o calor do cotidiano. Especialmente quando os dados são anunciados poucas horas após uma mulher que passeava com o cachorro na Rua 4 Norte ser baleada durante assalto.

Ainda assim, segundo a secretaria, de janeiro a novembro de 2015, as ocorrências de roubo a pedestres em Águas Claras caíram 24,6% em comparação ao mesmo período de 2014 — de 614, há dois anos, para 463.

Os roubos de veículo também apresentaram redução: de 198, nos primeiros 11 meses de 2014, para 96 no mesmo período do ano passado, uma retração de 51,5%. Nos assaltos a comércios, a queda foi de 37,7% — 78 em 2014 contra 49 em 2015.

Os registros de furto a veículos também caíram: de 1.095 em 2014 para 932 em 2015 (redução de 14,9%). Nos roubos a residência, entretanto, houve aumento de quatro ocorrências na região: de sete para 11 casos.

Medo
Apesar das estatísticas, muitos moradores veem com desconfiança os dados oficiais. Para o professor Júlio Soares (foto), 56 anos, a criminalidade aumentou nos últimos anos. “Roubos de celular são constantes. Antes, eu costumava fazer caminhadas à noite. Agora, não me sinto seguro”, destaca.

O professor Júlio Soares fala sobre a insegurança em Águas ClarasA vendedora Claudineia Conceição, 20 anos, mora em Ceilândia e trabalha em Águas Claras de segunda a sábado. Assustada e sentindo-se insegura, a mulher conta que tomou medidas preventivas. “Não atendo o celular quando estou na rua nem o deixo na bolsa. Sempre procuro escondê-lo em algum lugar. No ano passado, aqui em Águas Claras, assaltaram uma moça perto do meu trabalho. Não sinto segurança em nenhum lugar”, desabafa.

A enfermeira Fabiana Mendes, 39, relata que, mesmo que os condomínios sejam uma “fortaleza” em relação à quantidade de equipamentos de segurança instalados, é preciso tomar cuidado ao sair de casa. “Ando rápido, evito sair à noite com o cachorro e oriento meus filhos sobre os riscos.”

Bala no tórax
A preocupação se torna ainda maior quando se testemunha a ação de bandidos. Um professor de educação física que preferiu não se identificar socorreu a mulher de 29 anos alvejada no peito por um criminoso durante assalto na noite de segunda-feira (11) “O bandido roubou duas pessoas antes de chegar até ela. A mulher ia entregar o celular e, mesmo assim, ele atirou”, contou.

Ainda de acordo com a testemunha, a moradora (foto principal), mesmo ferida, foi andando até a rua onde mora. “Ela estava consciente, mas muito assustada. Liguei para o Samu, que chegou em poucos instantes”, relatou. Ao Metrópoles, a moça relatou que ficou “muito nervosa, sem ação”.

Enquanto um bandido assaltava, outro criminoso aguardava o comparsa em uma EcoSport branca. Até as 19h desta terça (12), a dupla seguia foragida. Câmeras de segurança de um edifício flagraram o crime. As imagens foram repassadas à Polícia Civil, que investiga o caso.

Sem delegacia
Apesar de não ter uma delegacia, a cidade que tem 121 mil habitantes conta com o policiamento ostensivo da Polícia Militar. Segundo a corporação, o trabalho é feito durante o dia, com várias viaturas no radiopatrulhamento, e pelo policiamento tático (GTOP), que atua à noite com operações específicas em bares da região. O batalhão, segundo a PM, cobre ainda a Área de Desenvolvimento Econômico (ADE), a Vila São José e o Areal com viaturas diárias.

Memória
Em dezembro do ano passado, um rapaz de 22 anos foi encaminhado ao Hospital Regional de Taguatinga (HRT) após um disparo atingir a cabeça dele de raspão em Águas Claras. Depois de receber alta hospitalar, Pedro Felipe Machado compareceu à 21ª DP (Taguatinga Sul) para prestar depoimento sobre o caso.

Segundo informou a Polícia Civil, a vítima teria sido abordada por dois suspeitos em seu veículo, um Ford/Fiesta azul, no estacionamento de uma lanchonete na Avenida Castanheiras. Ele teria gritado para que os homens não levassem o veículo.

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