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Mensagem de coronel acirra briga entre militares e PCDF por reajuste

Oficial do Corpo de Bombeiros disse ao presidente do Sindicado dos Delegados que aumento sem os militares “não prosperará”

atualizado

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Fachada Secretaria de Segurança Pública
1 de 1 Fachada Secretaria de Segurança Pública - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

A divulgação de uma conversa entre o coronel Eugênio César Nogueira, presidente da Associação dos Oficiais do Corpo de Bombeiros do DF, e Rafael Sampaio, presidente do Sindicato dos Delegados da Polícia Civil (Sindepo), colocou mais combustível na acirrada relação entre integrantes das forças de segurança do DF.

Desde a segunda-feira (18/2), quando o governador Ibaneis Rocha (MDB) anunciou reajuste de 37% para os policiais civis, a tropa está em pé de guerra, já que a expectativa era que PMs e bombeiros fizessem parte do mesmo pacote.

Nessa quinta (21), o emedebista afirmou que vai cumprir o compromisso de campanha e dar aumento salarial aos militares do DF. Disse, entretanto, que a proposta está sendo finalizada e vai incorporar o auxílio-moradia pago às corporações.

O polêmico diálogo via WhatsApp ocorreu nessa quinta (21) e foi divulgado nas redes sociais pelo militar do Corpo de Bombeiros. A postagem viralizou.

Nogueira começa a conversa perguntando se Sampaio tem certeza que vai defender medida provisória com aumento apenas para a PCDF. O delegado responde que esse foi o encaminhamento do GDF e que luta pelos direitos da sua categoria.

Em seguida, completa: “Espero que não haja papelão de ninguém de querer atrapalhar as nossas demandas por mesquinhez”.

O coronel retruca e diz que a proposta “não prosperará”. Sampaio questiona se trata-se de uma ameaça. E o militar responde que não é ameaça, mas fato: “Reajuste da Segurança Pública sem os militares não prosperará”.

Veja as mensagens:

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Ao Metrópoles, o coronel Eugênio explicou que não fez ameaças, mas deu um recado de que a corporação vai buscar meios legais para “não ficar para trás” e conseguir o reajuste.

“Não somos contrários ao aumento deles. É merecido. Mas eu garanto que a PCDF não vai conseguir o reajuste sozinha. Estamos dispostos a procurar deputados, senadores e até mesmo o presidente, que é militar, para não ficarmos esquecidos. Vamos até as últimas consequências. Eu divulguei as mensagens para me resguardar e mostrar que não tenho o que esconder”, justificou.

“Lamentável”
Procurado pela reportagem, Rafael Sampaio qualificou a declaração do coronel como uma atitude “mesquinha e lamentável”. Ele contou que a categoria ficou indignada com a conversa que vem sendo compartilhada nas redes sociais.

“Passamos três anos sofrendo com um governo que não nos contemplou. Nos últimos dois anos, eles [PMDF e CMBDF] tiveram muitos benefícios e aumentos maiores que os nossos. Nem por isso nos envolvemos para tentar atrapalhar qualquer negociação deles. Sinto profunda indignação em ver que o representante de uma associação está insinuando que vai trabalhar contra o benefício de uma categoria se eles não forem contemplados. Quer declarar guerra”, lamentou.

No final da manhã desta sexta (22), o Sindepo divulgou uma nota sobre o assunto. Confira a íntegra:

O Presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Distrito Federal (Sindepo-DF), Rafael de Sá Sampaio, vêm, por meio desta, confirmar que o trecho de diálogo travado entre ele e o presidente da Associação dos Oficiais do Corpo de Bombeiros Militar do DF, coronel Eugênio César Nogueira, na qual o referido militar afirma que o reajuste negociado com o GDF pelas carreiras da PCDF “não prosperará”, em caixa alta, divulgado em redes sociais é autêntico.

No referido diálogo, o representante dos oficiais do CBM/DF, em atitude hostil e mesquinha, deixa claro que lutará para que o pleito dos servidores da PCDF não prospere. Posicionamentos beligerantes e destrutivos como esse revelam uma representação desqualificada e pouco preocupada com seus associados, sociedade e a segurança pública da capital.

Não bastasse a falta de tratamento protocolar e agressividade do representante dos oficiais do CBMDF, a exposição do diálogo em rede social trouxe grande indignação aos Delegados de Polícia do DF e demais servidores da PCDF, alimentando divisões no seio do Sistema de Segurança Pública do DF.

Os delegados de Polícia do DF sempre tiveram relacionamento amistoso com os Oficiais do CBMDF, tendo os coronéis Aboud e Franco nos últimos anos construído pontes conosco, com gestos diametralmente opostos ao do coronel Eugênio que, talvez em face de comportamentos desse jaez, não tenha encontrado o prestígio necessário para fazer os pleitos de sua categoria serem atendidos.

Ante o exposto, manifesto repúdio ao comportamento do Cel. Eugênio e desejo aos oficiais do Corpo de Bombeiro do DF uma sucessão que traga um merecido representante, virtuoso e construtivo, como essa carreira merece.

Rafael de Sá Sampaio

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