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“Me perdoa, não fiz nada”, disse motorista de app à noiva antes de morrer

Em depoimento na delegacia do Paranoá, a jovem de 18 anos afirmou que o rapaz com quem ia se casar na segunda não agrediu o suspeito

atualizado

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Felype Anderson
1 de 1 Felype Anderson - Foto: Reprodução/Facebook

“Me perdoa, eu não fiz nada.” Essas foram as últimas palavras ditas pelo motorista de aplicativo Felype Anderson de Sousa, 22 anos, à noiva, logo após levar quatro disparos nas costas em briga de trânsito, na noite de quinta-feira (11/4), no Itapoã. A jovem com quem Felype iria se casar na próxima segunda-feira (15) estava no carro com ele no momento do assassinato.

Aos policiais da 6ª DP (Paranoá) que investigam o caso, a moça de 18 anos disse que o suspeito de ter disparado contra o jovem, identificado como Alessandro Guerreira Barros, 27, ameaçou o noivo antes de sacar a pistola .380 e efetuar os disparos: “Se você ficar aqui e continuar falando, vai levar uns pipocos”.

Alessandro teria feito a ameaça após se negar a pagar qualquer prejuízo da batida que envolveu os dois motoristas. “Segundo depoimento dela [da noiva], Felype desceu do carro e foi tirar satisfações. Teria dito: ‘Poxa, você bateu no meu carro’. Alessandro teria respondido que não estava ‘nem aí'”, disse a delegada Jane Klébia, chefe da 6ª DP.

A noiva do jovem, então, chamou o companheiro e pediu para que ele entrasse de novo no carro. “Foi quando ele [Alessandro] veio e disparou quatro vezes contra a vítima”, acrescentou a delegada. Nesse momento, ela desceu do veículo, deu a volta e foi tentar socorrer Felype. Foi aí que ele teria pedido perdão à moça.

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Local onde Felype foi assassinado
Local onde o rapaz foi assassinado
Arma usada no crime
Local onde ocorreu o crime
A vítima era motorista de aplicativo
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Felype tinha 22 anos

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Local onde Felype foi assassinado

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Local onde o rapaz foi assassinado

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Arma usada no crime

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Local onde ocorreu o crime

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A vítima era motorista de aplicativo

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O jovem foi socorrido por populares, mas morreu no hospital

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Briga de trânsito teria motivado o crime

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Felype foi atingido por tiros nas costas

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Delegada Jane Klébia, da 6ª DP

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Em depoimento, a noiva, que não será identificada na reportagem por questões de segurança, negou qualquer contato físico entre os dois. “Não houve cuspe, briga ou empurrão. Só bate-boca”, disse a jovem aos policiais. A versão, no entanto, é contrária à da sobrinha de Alessandro, de 16 anos, que estava no carro com o suspeito.

Ela disse que Felype fazia baliza para estacionar na via da Avenida Comercial do Itapoã, por volta das 20h. Alessandro tentou passar e acabou atingindo a lateral do veículo da vítima. Ele parou um pouco mais à frente para ver se tinha danificado a lataria, quando o motorista do automóvel atingido reagiu de forma bastante alterada.

Ainda de acordo com a garota, Alessandro não xingou a vítima, só dizia: “Calma, você vai me bater?”. Felype teria empurrado o suspeito do crime, após chamá-lo de “comédia”. Em seguida, virou de costas e seguiu em direção ao seu carro. Nesse momento, Alessandro sacou uma arma de fogo que trazia consigo na cintura e efetuou os disparos no outro condutor, que caiu no chão.

Durante a discussão, a adolescente disse que tentou avisar ao tio que o veículo não tinha ficado muito arranhado. Ressaltou que tudo ocorreu em poucos minutos e que, após os disparos, Alessandro falou para ela entrar no automóvel. O suspeito saiu rapidamente do local.

Um mandado de prisão preventiva contra Alessandro (foto abaixo) foi pedido à Justiça pela Polícia Civil do DF, mas até a tarde desta sexta (12) não havia sido expedido. Ele é considerado foragido.

Material cedido ao Metrópoles

O acusado de assassinar Felype saiu do regime aberto em outubro do ano passado, segundo a delegada Jane Klébia. A pistola .380 usada por ele no crime foi apreendida e está sob análise. Alessandro Barros ficou preso durante cinco anos por tentativa de homicídio. A delegada ressalta que o crime anterior foi por motivação passional. De acordo com relatos, o suspeito é uma pessoa de “temperamento muito explosivo”.

Dor e revolta
Na manhã desta sexta (12), a movimentação de parentes e amigos na casa da família de Felype, no Itapoã, foi intensa. Muito abalada, a mãe dele disse que o filho era muito trabalhador.  “Era um menino maravilhoso. Não bebia, não fumava. Muito amoroso. Não media esforços para ajudar as pessoas. Ele estava tão feliz. Nunca imaginei que isso fosse acontecer”, disse Maria Leidiane Mamédio de Sousa.

Felype trabalhava há dois anos como motorista de Uber. Batalhou para conseguir comprar o carro e fazia corridas durante grande parte do dia. Segundo a irmã do jovem, Rebeca Sousa, 19, os preparativos para o casamento de Felype e da noiva, juntos há seis anos, estavam concluídos. A cerimônia seria na Igreja Sara Nossa Terra. “Todo mundo gostava dele. Não merecia isso. Cuidava da gente como se fôssemos filhos dele”, afirmou a jovem.

O velório do corpo do motorista de Uber será neste sábado (13), a partir das 8h, no Cemitério Campo da Esperança da Asa Sul. Ele será enterrado às 11h. Nesta sexta (12), às 19h, haverá uma passeata saindo do supermercado Barbosa, no Itapoã, em protesto contra a morte de Felype.

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